. Por Susiana Drapeau.
Padilha, Pondé e Lobão cospem no prato que ajudaram a preparar para servir à população brasileira. O país está com indigestão do fascismo tresloucado e eles já se eximem da responsabilidade.
Os mais astutos e oportunistas sempre desembarcam do navio no primeiro bote salva vidas. O barco que eles próprios construíram está afundando rapidamente e eles pulam fora na primeira tempestade.
Claro que qualquer pessoa um pouco esclarecida sobre política (visto o histórico de Bolsonaro) saberia que coisa boa não viria. É claro que Padilha, Pondé e Lobão também. Eles não são tolos, mas são astutos.
Padilha impulsionou Bolsonaro com filmes de caráter fascista, dando visibilidade e validade ao discurso da extrema-direita, à violência policial e relativizando a democracia. Agora escreve textos atacando Bolsonaro para promover sua série de TV, mas a própria série o desmente porque busca falsear a realidade.
Pondé fez a mesma coisa, durante anos expeliu um ranço reacionário, travestido em uma roupagem retórica de pseudo conteúdo antitético. Fez o papel que faltava para fascismo crescer, o fermento intelectual de ataque aos setores democráticos. É o pensador conservador que agora desqualifica Bolsonaro. Até alguns dias atrás, demonstrava esperanças no governo.
Lobão é o surfista profissional do alpinismo intelectual, desde quando vestiu a camiseta do MST (Movimento dos Sem Terra) para se promover. Foi um dos mais entusiasmados com o golpe de 2016, discursou, xingou e abraçou os fascistas. Agora já salta fora e critica Bolsonaro.
A onda parecer refluir e, após o desembarque, é esperar o próximo movimento para novamente escalar o cume.