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‘Perseguição não irá me silenciar’, diz deputada Renata Souza que denunciou ataque aéreo

Em uma total inversão de valores, deputados autodenominados de “cristãos”, do mesmo partido do governador do Rio Wilson Witzel (PSC), querem cassar o mandato da deputada estadual Renata Souza (PSOL), do Rio de Janeiro.

Renata Souza (foto alerj)

Os parlamentares protocolaram pedido de cassação de Renata junto à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa (Alerj) porque Renata denunciou um crime cometido pelo governador à ONU. Ela apresentou à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização dos Estados Americanos (OEA) questionamentos a respeito da ação desastrosa da Polícia Civil do Rio, que atirou do helicóptero contra a população em Angra dos Reis no último fim de semana, com Witzel a bordo. Os tiros atingiram uma tenda de orações de um grupo de evangélicos.

Witzel declarou que a deputada do PSOL usurpou de suas funções como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj ao enviar denúncia à ONU sem a deliberação de todos os integrantes da Comissão. Por isso, ele defende a cassação.

A OAB-RJ já se pronunciou dizendo que não faz o menor sentido o pedido de cassassão da deputada. O próprio regimento da Assembleia do Rio é claro ao afirmar que é dever do parlamentar promover a defesa dos “populares e dos municípios”.

Em Rede Social, a deputada disse que foi eleita com 63 mil votos e não vai se intimidar: “Witzel usa o seu partido para recorrer a uma suposta e absurda quebra de decoro para tentar me intimidar e desviar a atenção do principal problema do Rio, que é o aumento da letalidade policial na sua gestão. Tenta me censurar e cercear minha ação enquanto deputada estadual e defensora do direito à vida porque quer manter a política de barbárie nas favelas e periferias. Todas as situações narradas para a ONU e OEA são de conhecimento público e veiculadas por toda a imprensa brasileira. Fiz a denúncia como deputada estadual. Por óbvio, como presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e da Cidadania é de minha responsabilidade assegurar a garantia da dignidade humana. Questionável seria não me posicionar diante da potencial lesividade que o discurso e a conduta do governador representam. A perseguição de Witzel a minha atuação parlamentar não irá me silenciar” (Carta Campinas com informações da Revista Forum)

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