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‘Os anos em que vivemos em perigo’ revisita atmosfera conturbada dos anos 1960 com obras que vão da tendência pop até a surrealista

Em São Paulo – De 30 de abril a 28 de julho, poderá ser vista no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), a exposição “Os anos em que vivemos em perigo”.

Marcello Nitsche, Eu quero você, 1966 (Foto: Romulo Fialdini)

Os anos 1960 foram marcados por movimentos de contestação em vários países do mundo, por motivos diversos – sistemas educacionais, costumes, repressão política, contestação de guerras. No Brasil não foi diferente e, a despeito da censura imposta por um regime de exceção, houve no período uma intensa produção artística, que retratou a atmosfera de tensão e riscos da época.

Para revisitar esse contexto, especificamente o período de 1965 a 1970, o Museu de Arte Moderna de São Paulo exibirá a exposição “Os anos em que vivemos em perigo”, que traz um recorte da coleção focado na segunda metade da década de 1960, um período plural da arte brasileira, que foi fundamental para o desenvolvimento de nossa produção até os dias atuais. Tal cenário transformou o antropofágico caldeirão cultural do país, no mesmo momento em que acontecia a reestruturação do MAM que, em 1969, teve sua nova sede inaugurada, resistindo aos tempos e chegando até o momento atual em que celebra seus 70 anos de história.

Marcelo do Campo, Movimento Terrorista Andy Warhol MTAW, 1970 2003
(Foto: Romulo Fialdini)

Com curadoria de Marcos Moraes, a exposição reúne desde a tendência pop até obras de filiação surrealista, muitas das quais exprimindo as inquietações sociais e comportamentais que marcaram aquela época. São ao todo 50 obras de artistas como Antônio Henrique Amaral, Anna Maria Maiolino, Antônio Manuel, Cláudio Tozzi, Maureen Bisilliat, Wesley Duke Lee, entre outros.

Pinturas, xilogravuras, fotografias e objetos foram selecionados para apresentar imagens associadas ao ambiente cultural vigente como as manifestações, greve, censura, utopia, repressão, desejo e identidade brasileira – um apanhado que apresenta a potencialidade da ampliação de horizontes produzida pela vanguarda brasileira nesta época. A ação educacional do museu também contribuirá para oferecer aos espectadores oportunidades de pensar sobre a cultura daquela década, oferecendo atividades estimulantes que complementam a experiência da visita ao MAM.

“Para a seleção de obras, considerei o contexto, o ambiente efervescente e os acontecimentos que envolveram esses artistas no período dos anos 60 com atitudes radicais frente ao sistema da arte vigente no país, entre eles as exposições: Nova Objetividade Brasileira (MAM RJ), 1ª JAC Jovem Arte Contemporânea (MAC USP), Exposição-não-exposição (Rex Gallery & Sons) e a 9ª Bienal de São Paulo. A proposta desta mostra será refletir sobre esses complexos momentos vividos, tendo como marcos os anos de 1965 e 1970 rebatendo e rebatidos em 2019, suas atmosferas marcadas pela vida e a presença do perigo e da ameaça”, propõe Marcos Moraes.

Orlando Brito, Palácio do Planalto 1966 2003
(Foto: Orlando Brito)

Marcos Moraes é doutor pela FAU-USP e bacharel em Direito e Artes Cênicas pela mesma Universidade, além de especialista em Arte – Educação – Museu e Museologia. Professor de história da arte, é coordenador dos cursos de Artes Visuais da FAAP, da Residência Artística FAAP e do Programa de residência da FAAP, na Cité des Arts, Paris. Integrou o Grupo de Estudo em Curadoria do MAM e o corpo de interlocutores do PIESP. É membro do ICOM Brasil e do Conselho do MAM SP. Curador independente, seus mais recentes projetos curatoriais incluem Jandyra Waters: caminhos e processosEntretempos e Lotada (MAB Centro, Museu de Arte Brasileira FAAP), além de Imagens Impressas: um percurso histórico pelas gravuras da Coleção Itaú Cultural (São Paulo, Santos, Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Brasília, Florianópolis). É responsável por publicações sobre artistas como Luiz Sacilotto, Adriana Varejão, Rodolpho Parigi, Mauro Piva. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Exposição Os anos em que vivemos em perigo

Data: de 30/04 a 28/07/2019

Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo

Endereço: Parque Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3)

Horários: Terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h). Tel. (11) 5085-1300

Classificação indicativa: Livre

Ingresso: R$7,00. Gratuidade aos sábados. Meia-entrada para estudantes e professores, mediante identificação.

Gratuidade para menores de 10 e maiores de 60 anos, pessoas com deficiência, sócios e alunos do MAM, funcionários das empresas parceiras e museus, membros do ICOM, AICA e ABCA com identificação, agentes ambientais, da CET, GCM, PM, Metrô e funcionários da linha amarela do Metrô, CPTM, Polícia Civil, cobradores e motoristas de ônibus, motoristas de ônibus fretados, funcionários da SPTuris, vendedores ambulantes do Parque Ibirapuera, frentistas e taxistas com identificação e até 4 acompanhantes.

Agendamento gratuito de visitas em grupo pelo tel. 5085-1313 e e-mail

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Estacionamento no local (Zona Azul: R$ 5,00 por 2h)

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