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Sinfônica abre a temporada 2019 com obras de Carlos Gomes e do compositor italiano Gomes Pietro Mascagni

A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas dá início às comemorações de seus 90 anos nos dias 15 e 16 de março, sexta e sábado, às 20h, e no domingo 17 de março, às 17h, no Teatro Castro Mendes. Sob a regência do maestro Victor Hugo Toro, a abertura da temporada 2019 terá repertórios do campineiro Carlos Gomes e do compositor italiano Gomes Pietro Mascagni. A entrada será gratuita e os convites serão distribuídos ao público uma hora antes de cada espetáculo.  

(Foto: Arquivo PMC)

De Carlos Gomes, serão apresentadas três canções : “Addio”, “Mon Bonheur” e “Mamma Dice”. De Pietro Mascagni , a ópera “Cavalleria Rusticana”, que é considerada uma das primeiras composições do realismo operístico italiano ou verismo. Além do maestro, a ópera contará com a atuação de cinco solistas, cada um representando um personagem, que são eles: soprano Tati Helene, como Santuzza , que será uma pobre camponesa; tenor Eric Herrero, como Turiddu, que será um alemão recém-chegado do exército; barítono Marcelo Ferreira, como Alfio, que será carreteiro; mezzo soprano, Mere Oliveira, como Lola, que será esposa de Alfio; mezzo soprano, Juliana Taino, como Lúcia, que será a mãe de Turiddu.  

A ópera “Cavalleria Rusticana” terá, ainda, a participação dos coros Contemporâneo de Campinas, com o regente Angelo José Fernandes; Collegium Vocale Campinas , com o regente Akira Kawamoto; e Madrigal Vivace, de Jundiaí, com o regente Vasti Atique.

Carlos Gomes (Campinas, 1836-Belém do Pará, 1896) Três canções 

Embora sua produção seja essencialmente operística, Carlos Gomes compôs um conjunto razoável de canções para canto e piano. Quatro delas foram orquestradas pelo maestro Roberto Duarte e neste concerto ouviremos duas. A primeira é Addio, composta entre 1885 e 1890, cujo texto inicial Piangi, piangi, il tuo bel core (Chora o seu belo coração) já indica uma despedida pungente; a segunda, Mon bonheur, de 1882, é uma das duas que Gomes escreveu em francês, com versos de Julie Césarine, ao que tudo indica, um codinome do escritor Visconde de Taunay, amigo de Carlos Gomes.  A terceira canção, Mamma dice, foi orquestrada por José Luiz Ribalta. Publicada originalmente em um álbum de canções para canto e piano de 1882. No texto de Emilio Ducati, uma jovem refuta sua mãe que diz ser o amor um horrível tormento. “Mentira!”, diz a enamorada, não há triunfo, senão nos domínios do amor. 

Pietro Mascagni (Livorno, 1863-Roma, 1945) Cavalleria Rusticana – Ópera completa 

Ao lado de Leoncavallo e Puccini, Pietro Mascagni foi partidário do verismo, movimento que, em linhas gerais, deixou para trás a estética romântica, buscando trazer a realidade para a cena operística. Em Cavalleria Rusticana retratou a vida e as tradições de camponeses da Sicília, sul da Itália, tendo como fundo os rituais de Domingo de Páscoa.  A brevidade da ópera, apenas um ato, deve-se ao objetivo de sua criação, um concurso para jovens compositores, que assim o exigia. O argumento foi retirado de um conto do escritor italiano Giovanni Verga, e o libreto escrito por Giovanni Targioni-Torzetti e Guido Menasci.

Um dos destaques desta ópera é o cruzamento ou superposição de cenas de sofrimento pessoal, amor, raiva e vingança, com os cantos religiosos das celebrações de Domingo de Páscoa.  Aos 26 anos, Mascagni venceu o concurso e a obra imediatamente passou a integrar o repertório dos mais importantes teatros de ópera. A estreia ocorreu no Teatro Costanzi em Roma em 1890. No ano seguinte chegou ao Brasil e foi apresentada com sucesso no Teatro Lírico do Rio de Janeiro e, dez anos depois, subiria à cena novamente no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, sob a regência do próprio compositor.

Após o sucesso de Cavalleria Rusticana, Mascagni não logrou novos êxitos e, ao falecer em 1945, aos 82 anos, estava completamente esquecido.  Em linhas gerais, o enredo conta a história de Turiddu, que, no prólogo da ópera, lamenta sua sorte, pois, ao retornar do serviço militar, encontrou Lola, sua noiva, casada com o carreteiro Alfio. A jovem Santuzza, que havia sido seduzida por Turiddu, descobre que ele mantém um romance secreto com Lola e o procura na casa/taberna de Lucia, mãe do rapaz. Esta diz que Turiddu estava fora da aldeia, comprando vinho. Santuzza afirma que ele foi visto na cidade durante a noite.  Aparece Alfio com sua carroça e na sequência há um contraste entre os diálogos e o coro, que entoa o canto pascal Regina Coeli, laetare (Rainha do Céu, alegrai-vos)

Segue-se um dos trechos mais destacados da ópera, Inneggiamo, il Signor non è morto (Louvemos, o Senhor não está morto), após o que todos entram na igreja, exceto Lucia e Santuzza, que conta sobre o romance de Turiddu e Lola.  Turiddu chega à praça e Santuzza implora para que ele abandone Lola. Mas, após um diálogo ríspido, ao ver sua amante indo em direção à igreja, empurra Santuzza e corre para lá. Alfio entra na cena e Santuzza, cega de ódio, conta a ele sobre o adultério da esposa. Os fiéis saem da igreja e Turiddu convida todos para um copo de vinho, mas o carreteiro afirma que aquela bebida seria veneno para ele e, à moda siciliana, desafia Turiddu para um duelo, recebendo, como aceite, um abraço e uma mordida na orelha. Antes de ir, o rapaz pede a benção de sua mãe, que nada sabia sobre o duelo, e implora que, se não voltar, que ela cuide de Santuzza. A ópera termina com um grito: Hanno ammazzato compare Turiddu! Mataram o compadre Turiddu!

(Carta Campinas com informações de divulgação)

Orquestra Sinfônica de Campinas

Datas e horários: 15/03, sexta-feira, e 16/03, sábado, às 20h; 17/03, domingo, às 11h. 

Local: Teatro Castro Mendes (Praça Corrêa de Lemos,s/nº, Vila Industrial. Campinas). Telefone (19) 3272-9359. 

Ingressos: entrada gratuita, convites serão distribuídos com 1 hora de antecedência na bilheteria do teatro.

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