Os sindicatos mais combativos do Brasil, que realmente lutam pelo direito e por melhores condições de vida dos trabalhadores, estão entregando o “ouro ao bandido”, ou seja, entregando bilhões de reais dos trabalhadores para organizações que apoiaram o golpe contra Dilma Roussef e, consequentemente, a reforma trabalhista que retirou mais de 100 direitos dos trabalhadores.
Parte desses bilhões de reais que saiu do bolso do trabalhador pode ter ajudado a financiar a defesa da Reforma Trabalhista de Michel Temer e, pior ainda, pode também estar ajudando na aprovação da Reforma da Previdência de Bolsonaro. Claro, isso não acontece diretamente e nem com a intenção dos líderes sindicais, obviamente. Mas pensar é grátis, então vamos lá:
Qual foi uma das categoria mais organizada nos protestos contra Dilma Rousseff e a favor do impeachment que destruiu a democracia brasileira? Quais foram as empresas que mais perderam com melhorias no Sistema Único de Saúde (SUS) durante os governo Lula e Dilma? Justamente as empresas da área de serviços de saúde, de planos de saúde.
Até aí, tudo bem. É um direito dos representantes dessas empresas lutarem democraticamente pelos seus interesses. Mas o que acontece é que essas empresas de plano de saúde recebem bilhões de reais dos trabalhadores, organizados via planos coletivo dos próprios sindicatos.
Um único sindicato com 2.500 trabalhadores de médio poder aquisitivo, por exemplo, transfere mais de R$ 12 milhões por ano para os donos das empresas de plano de saúde. E a cada ano aumentos de 10% a 20% nos planos. Muitos apoiaram o golpe, atacaram o atendimento à população mais pobre pelo Mais Médico e, quiçá, defendem o fim da previdência proposta por Bolsonaro.
Incapazes de criarem fundações, cooperativas e organizações solidárias na área da saúde, com autonomia, conselho fiscal rigorosos e independência, os sindicatos submetem seus trabalhadores, muitos aposentados, a transferências astronômicas todos os meses para empresas de planos de saúde.
O que a princípio parecia ser algo bom para o trabalhador, visto que pagaria um plano de saúde mais econômico organizado coletivamente pelos sindicatos, com o avanço da democracia se transformou em uma grande armadilha ideológica.
Talvez seja por isso que os ideólogos da extrema-direita atacam tanto o MST. O MST ainda não criou seu plano de saúde, mas criou suas escolas, suas cooperativas, seu modo de produção. Os trabalhadores Sem Terra desenvolveram tecnologias de autonomia financeira. Isso apavora a extrema-direita.