Coletivo Labirinto denuncia idiotização e homogeneização cultural a partir de texto do uruguaio Santiago Sanguinetti

Em São Paulo – O Coletivo Labirinto apresenta até o dia 24 de fevereiro no Centro Cultural São Paulo (CCSP) o espetáculo “Argumento contra a existência de vida inteligente no cone sul”, do texto do uruguaio Santiago Sanguinetti.

(Foto: Roberto Setton/Divulgação)

Quatro amigos planejam um atentado contra uma importante Faculdade de Ciências Humanas de seu país. Mas, nos dias atuais, os desencontros e a falta de sentido dessa e de tantas outras ações deflagram a dificuldade para se buscar saídas.

Para a diretora Marina Vieira, a faculdade aparece como símbolo de um local onde o pensamento crítico é fomentado. “A ideia dos personagens é que esse atentado evidenciaria a estupidez do país, provocando um movimento de mudança na sociedade”, explica. Dessa forma, ficaria comprovada a falta de inteligência sugerida no título da peça. “Eles têm essa ideia de que algo muito estúpido, como provar que não há vida inteligente, iniciaria uma revolução”, afirma. Mas a diretora ressalta que a peça trabalha com a possibilidade de muitas leituras. “Nunca há uma resposta inequívoca para nenhuma questão, então aparecem várias justificativas e, às vezes, nenhuma para a ação deles.”

Justapondo elementos dissonantes, como o imaginário revolucionário de esquerda e a cultura pop norte-americana, o texto critica uma suposta ‘idiotização’ do mundo. “É muito interessante como ele consegue desmistificar assuntos, tornar estúpidas figuras muito ‘inteligentes’, nessa inteligência de referências teóricas, mesmo”, comenta a diretora. A crítica não é à cultura pop em si, mas essa aparece como a ponta do iceberg da ‘idiotização’. “O autor atribui isso a dois fatos: às ditaduras militares que censuraram o pensamento e à globalização que traz essa homogeneização cultural”, explica Marina. (Carta Campinas com informações de Gabriel Fabri)

texto: Santiago Sanguinetti – tradução e adaptação: Coletivo Labirinto e Marina Vieira – direção: Marina Vieira – elenco: Abel Xavier, Carol Vidotti, Emilene Gutierrez e Wallyson Mota – realização: Coletivo Labirinto

sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 20h – 80min – livre – Espaço Cênico Ademar Guerra
grátis – a bilheteria será aberta uma hora antes do início da apresentação para a retirada de ingressos, que não estarão disponíveis na internet – cada pessoa poderá retirar um par.

Centro Cultural São Paulo. R. Vergueiro, 1.000, Paraíso. Próximo da estação Vergueiro do metrô. Centro. | tel. 3397-0001 e 3397-0002. De 25/1 a 24/2. Dia 17/2, 20h (o espetáculo será interpretado em Libras)

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