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‘Das Alturas de Mim Mesmo’ combina autobiografia imaginária, música, dança, poesia e circo

Nos próximos dias 2 e 3 de fevereiro, às 20h (sábado) e 19h (domingo), será apresentado na Sala dos Toninhos, na Estação Cultura, o espetáculo “Das Alturas de Mim Mesmo”, uma ode à imaginação e ao poder criativo que habita em cada um de nós, com Mauro Braga e direção de Lu Lopes, a intérprete da Palhaça Rubra. Os ingressos são no chapéu (contribuição espontânea da plateia).

(Foto: Rangel Egídio)

Contemplado pelo Fundo de Investimentos Culturais de Campinas (FICC), na categoria Produção e Circulação de Espetáculo Inédito, o solo passará, além do Centro Cultural Casarão, por outros espaços culturais da cidade até fevereiro do ano que vem, entre os quais CEU Mestre Alceu, no Jardim Florence, Sala dos Toninhos, na Estação Cultura, e Centro Cultural Maria Monteiro, na Vila Padre Anchieta. A produção tem assinatura da Cia. Oruã, fundada pelo artista em 2015.

O acorde inicial do solo, que mistura na mesma partitura música, teatro, dança, poesia e circo, foi proposto pelo exercício da Autonomia Criativa, método desenvolvido pela diretora. “Tivemos um intenso processo inicial escrevendo juntos os textos autorais, unindo linguagens artísticas como o circo e a música para representar o conteúdo lírico. Com uma presença de espírito admirável, esse artista dedicou-se a desenvolver novas habilidades corporais, novos caminhos criativos e, como consequência, produz uma novidade original em sua trajetória artística”, conta a diretora Lu Lopes.

Para chegar ao tom de autobiografia imaginária proposto pelo solo, Mauro Braga teve de revisitar cenas de um passado artístico e pessoal. Entenda-se por isso lembranças do nascimento, uma experiência com o sentimento da raiva, o encontro com o amor, reminiscências da adolescência e, claro, a época do seu despertar artístico. “Há também coisas fantasiosas como o dia da minha linda morte. Tento falar de mim, mas de uma forma sutil, sem trazer um tom ensimesmado. Quis buscar humanidades, cativar pelo espelho, pelo reflexo e pela reflexão”, destaca Mauro.

Nesse sentido, tanto na concepção do artista quanto da diretora, ao se encantar com a autobiografia real e imaginária apresentada, o espectador busca paralelos com a própria vida. “Em tempos de práticas encapsuladas, restrições emocionais e pouca intimidade entre as pessoas, Mauro Braga arrisca a exposição de sua própria vida como obra de arte. Um artesanato tridimensional que acontece distraído no amor. Eis então o movimento valioso a ser contemplado por nós. Oferecer-se como obra de arte é no mínimo um ato de resistência afetiva. É dedicar-se à prática da intimidade entre as pessoas. É estar aberto ao outro. Um ato revolucionário e corajoso”, avalia a diretora.

A fim de alinhavar as cenas da memória revisitada, Mauro lançou mão de sua habilidade como músico. Para tanto, compôs duas canções para o violoncelo batizadas de Das Alturas de Mim Mesmo e A Borboleta ou O Vômito Ancestral, que são executadas ao vivo pelo artista. “São autorais e meio malucas. Tanto que numa delas eu toco com garrafas”, define a produção. A trilha sonora ainda conta com as músicas instrumentais Manaíra e Carinhosa, gravadas pelo multiartista durante sua atuação no Grupo Carcoarco e que integram o álbum Tem Carrego, lançado em 2012.

Na mesma linha criativa, a herança do universo circense na vida de Mauro, que há anos deu vida ao Palhaço Azevedo, aparece em dois momentos do espetáculo. Num primeiro, a partir de um jogo com a plateia com sabor bem-humorado e, no outro, pelo uso misterioso de uma bola. “A obra brinca com o riso e o risco, elementos fundamentais ao universo do circo. Utilizando uma bola de equilíbrio faço do simples ato de caminhar um desafio e me proponho ao risco de tocar um violoncelo sobre a bola. Jogando com energias sutis do palhaço, crio pontes afetivas com um olhar sutil e acolhedor. Apresento a técnica e a virtuose sem sobrepor a presença e a relação com o outro”, conclui Mauro.

Sinopse: Sem saber quando deixou de olhar pelo buraco da fechadura e quando a porta foi aberta, o público acompanha o trajeto mítico de uma vida. Por meio de músicas autorais tocadas num violoncelo, de danças em cima de uma bola de equilíbrio e momentos de intimidade com a platéia, o artista Mauro Braga nos apresenta, delirantemente, sua autobiografia.

Com sutileza, mobiliza poeticamente nossos universos particulares como num espelho, refletindo nossa humanidade e permitindo enxergar novas e possíveis realidades sobre nós, o outro e o mundo que nos cerca.

A temporada completa de apresentações do espetáculo pode ser vista AQUI. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Ficha Técnica

Criação e Atuação| Mauro Braga

Criação (Autonomia Criativa) e Direção | Lu Lopes

Orientação em Dança | Doug Style e Niel Braga

Orientação Acrobática | Alex Brede Cia do Circo

Cenário e Figurino | Lu Lopes e Mauro Braga

Cenotécnico | Gabriel Mayumã

Criação de Luz | Érico Damineli e Lu Lopes

Técnico de Som e Iluminação | Érico Damineli

Trilha Sonora Original | Mauro Braga

Trilha Sonora | “Manaíra” e “Carinhosa” (E. Gramani) com grupo CARCOARCO

Projeto Gráfico | Crioula Design

Assessoria de Imprensa | Tiago Gonçalves

Produção | Cais das Artes e Caju Cultura

Realização| Cia ORUÃ

Solo Das Alturas de Mim Mesmo, de Mauro Braga
Quando: Sábado (2/2), às 20h, e domingo (3/2), às 19h 
Onde: Sala dos Toninhos, na Estação Cultura (Rua Francisco Teodoro, 1050, Vila Industrial, em Campinas) 
Quanto: Ingressos no chapéu (contribuição espontânea da plateia)
Informações: www.facebook.com/ciaorua
Classificação etária: 12 anos

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