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TREs fazem ações policiais em 17 universidades públicas que tiveram atos contra o fascismo

(imagem: oliveira kris facebook)

Fiscais do TRE (tribunais regionais eleitorais) acompanhados de policiais fizeram ações em 17 universidades de nove estados do país.

A comunidade universitária vinha se posicionando contra o avanço do fascismo no Brasil, o que provocou as ações.

Ocorreram atos no Rio, Paraíba. Pará, Minas Gerais, Ceará., Bahia, Rio Grande do Sul. Goiás e Mato Grosso do Sul, segundo reportagem do Globo.

Na linha bolsonariana, de criminalizar e censurar as ações dentro de universidades públicas, as ações visavam apreender material e denunciar atos políticos contra o fascismo.

Houve uma ação coordenada nas universidades contra suposta atividade eleitoral irregular. “Bandeiras antifascistas e cursos de história sobre o fascismo, além de iniciativas ligadas ao EleNão foram alvo de ação das polícias militar, federal e da justiça eleitoral”, anotou Pablo Ortellado em sua página.

“Relatos até agora: UFGD (Dourados), UEPA (Iguarapé-Açu), UFCG (Campina Grande), UFF (Niterói), UEPB, UFMG, Unilab (Palmares), Cepe-RJ, Unilab-Fortaleza, UNEB (Serrinha), UFU (Uberlandia), UFG, UFRGS, UCP (Petropolis), UFSJ, UERJ, UFERSA, UFAM, UFFS, UNESP (Bauru), UFRJ, IFB”, informou.

Veja a nota da FASUBRA (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos
em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil) sobre a investida contra as universidades federais?

URGENTE: Nota da FASUBRA sobre ataque ao ANDES e outras instituições

“Nesta semana, a democracia brasileira, já agonizando, teve inúmeras provas de que está gravemente ameaçada. Na manhã de hoje (25), a seção do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) em Campina Grande, na Paraíba, sofreu uma ação da Polícia Federal.

Os agentes foram ao local para apreender um panfleto da entidade, intitulado “Manifesto em defesa da democracia e da universidade pública”. O juiz eleitoral Horácio Ferreira de Melo Júnior determinou ainda que levassem “outros materiais de campanha eleitoral em favor do candidato a presidente da República Fernando Haddad”. A conduta foi tão truculenta que os policiais federais excederam o que determinava o mandado, se apropriando dos HDs da entidade.

No mesmo instante, na Universidade Federal de Grande Dourados (UFGD), a polícia acabou com uma palestra sobre fascismo que havia sido uma das orientações da FASUBRA como atividade para o dia de paralisação. A aula foi suspensa e os alunos acabaram impedidos de usar o microfone para se manifestar. Integrantes do Diretório Central de Estudantes (DCE) tiveram seus nomes coletados durante a abordagem.

Na terça-feira (23), fiscais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estiveram na Universidade Federal Fluminense (UFF) para a retirada de uma bandeira com os dizeres “Direito UFF Antifascista”. Eles percorreram as salas, interromperam uma aula que ocorria no auditório e foram até o centro acadêmico para intimidar os jovens presentes.

Filósofo conservador da Unicamp faz alerta contundente sobre suicídio do reitor da UFSC

O curioso é que essas ações da PF ocorrem, no caso do ANDES-SN e suas seções sindicais, por terem se posicionado explicitamente contra o fascismo e em defesa da democracia, bandeiras históricas do sindicato.

Já no caso das instituições, quando qualquer reitor se manifeste ou defenda a autonomia da universidade em realizar atividades de natureza política e democrática. Não podemos esquecer que atitudes como essa, por parte da PF, já ocorreram quando algumas universidades introduziram cursos sobre o golpe em 2017.

A FASUBRA Sindical reitera a necessidade de estar alerta para qualquer ação policial e/ou fiscal que ameace a liberdade de expressão, em tempos de instabilidade social e política no país. Não é aceitável, em nome da democracia, que procedimentos assim ocorram, remetendo aos piores momentos do regime ditatorial. Cercear a manifestação de ideias representa um atentado à autonomia da universidade e aos direitos humanos. Isso demonstra que estamos vivendo um período sombrio que fere de morte o Estado democrático de direito.

Por isso, a Federação defende a unidade das entidades, se solidariza com o ANDES e as demais instituições vítimas desse abuso de poder. Historicamente, o espaço universitário é reconhecido como um local de amplo debate, pensamento livre e discussões críticas. Não é justo que sofra um ataque vil de quem quer calar opiniões contrárias àquelas que a extrema-direita tenta implementar no Brasil. Continuaremos firmes na luta contra o retrocesso, a censura e o autoritarismo!

A direção nacional da FASUBRA orienta as entidades filiadas que permaneçam atentas, pois essas ações também podem ocorrer em nossa base. Em caso de qualquer ação policial que restrinja a liberdade de expressão e a liberdade sindical, denunciem e informem para que possamos tomar as devidas medidas cabíveis.

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