“Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad”, escreveu Barbosa no Twitter.
Haddad fez ainda uma polida, porém contundente advertência aos repórteres que se aglomeravam para entrevistá-lo. “A imprensa deu uma adocicada na imagem do outro candidato como se ele fosse uma figura razoável. E ele não é razoável. Vocês têm de abrir os olhos de seus editores. Olha a truculência que ele traz consigo, olha o que está acontecendo com as universidades”, disse Haddad, referindo-se às operações orquestradas por policiais e integrantes da Justiça eleitoral para reprimir e censurar manifestações em defesa da democracia e da universidade pública.
Questionado sobre acreditar em uma “virada”, o petista afirmou que não é questão de acreditar: “A virada já está acontecendo. A população está tomando consciência do salto no escuro representado pela outra candidatura”, destacou.
E mencionou uma das ideias de Jair Bolsonaro, relacionada à liberação de armas como parte de sua política de segurança. “É uma proposta que já foi testada em outros lugares do mundo e que só fez aumentar o número de homicídios. Ou seja, só traz mais violência”, disse, mencionando que o plano do PT para segurança pública prevê dar mais espaço para que as polícias estaduais, civil e militar, cumpram esse papel e duplicar o contingente da Polícia Federal para que esta assuma a tarefa de combater o crime organizado.
Onda da virada
A declaração de voto de Joaquim Barbosa Supremo surge em um importante momento de mobilização de artistas, músicos, intelectuais, lideranças internacionais em torno da candidatura de Haddad, contra os riscos à democracia representados por Bolsonaro.
As pesquisas de intenção de voto também sinalizam um movimento de virada na eleição, com redução da diferença entre os candidatos, que já foi de 18 pontos percentuais, para 12. Na última pesquisa Datafolha, Bolsonaro tinha 56%, Haddad 44%. Segundo a CUT/Vox, 53% a 47%.
O petista também reverteu a diferença em vários seguimentos do eleitorado, como jovens, mulheres e católicos, além de estar à frente na capital paulista, por 51% a 49%, quando terminou o primeiro turno Haddad ficou 24 pontos atrás. (Da RBA)