O contato profundo com os arquétipos e o despertar de Afrodite

Mudanças provocadas na Dança Oriental! O contato profundo com os arquétipos e o despertar de Afrodite!

.Por Eliana Mônaco.

Depois de 20 anos de experiência com a dança oriental (ou ventre) e com grupos de mulheres, pude constatar que as aulas de dança têm desdobramentos práticos no dia a dia das mulheres, influenciando em vários aspectos da vida. Isso porque é uma dança que mexe bastante com questões íntimas, como autoestima, autoimagem, provocando mudanças profundas.

A princípio tais mudanças podem até gerar receio pela quebra dos padrões e paradigmas de nossa educação e cultura. Ao iniciar-se na dança e depois de um tempo de conscientização dessas sensações, é comum as pessoas sentirem necessidade de verbalizar, de compartilhar o que está acontecendo. Por isso o GEAF (Grupo de Estudos da Alma Feminina) foi idealizado como um espaço /tempo para essas trocas, esses estudos e para juntas podermos entender quais aspectos arquetípicos internos nossos estão sendo movimentados pela dança.

Um dos recursos utilizado no GEAF são os estudos de Carl Jung, contemporâneo de Freud. Ele extraiu dos mitos uma filosofia de vida e uma psicologia profunda, que os gregos chamavam de deuses. E pelos deuses, a vida, como todos seus acontecimentos, poderia ser explicada. Também Jung viu que esses tipos antigos (arquétipos) tem uma influência muito forte em nossas vidas. A gente reproduz os mitos mesmo sem saber.

Nós mulheres somos uma composição de várias facetas, em diferentes combinações e nuances. Em alguns momentos somos Hera (a esposa de Zeus), em outros somos Deméter (maternal), outras vezes somos Atena (combativas e guerreiras) e Afrodite (deusa do amor, da compaixão, artes e sexualidade). Porém o panteão tinha muitos deuses, com personalidades diversas e que fazendo uma analogia com nossas vidas, nos mostra a complexidade humana.

Na dança oriental entramos em contato profundo com a deusa Afrodite, que é a deusa do amor , da sensualidade e da compaixão por todos os seres. Por isso é comum que ao iniciar na dança oriental, todos os atributos da deusa venham à tona, tornando as mulheres mais femininas, mais sensuais, com um diferencial que pode ser sentido pelos que convivem com ela.

Além da troca de experiências entre mulheres, relativos à temas ligados ao universo feminino, esses encontros também servem ao fortalecimento dos vínculos e de uma rede de apoio feminina, na contramão da cultura patriarcal que nos torna rivais e competitivas. Mas o que os arquétipos , esses tipos antigos, esse modelos tem a ver com a dança do ventre?

Bom, acredito que eles estão em nossos corpos, no nossos gestos, no nosso movimento e na nossa dança. Eles estão nas resistências corporais de dançar, nas fugas, na timidez excessiva em se expor, na impaciência do aprendizado, na recusa do corpo que se tem ao olhá-lo no espelho, e também estão no desejo de mudar tudo isso e da própria mudança, ou seja, da leveza e alegria adquirida, do prazer sensório e da autoaceitação. Por isso precisamos reconhecer aquilo que nos enrijece se quisermos iniciar um processo de mudança e da voz àquilo que nos move, literalmente!

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