Muita gente conhece Huck e Moro, que são amigos de Aécio Neves (PSDB), mas talvez não conheça Edilaine de Lima, a Tia Edi.
A Tia Edi, que foi personagem do programa de Luciano Huck na Globo recentemente, é a criadora de um espaço de educação que atende crianças em uma área miserável de ocupação, ao lado de um lixão, no bairroe Caximba em Curitiba, cidade de Sérgio Moro.
A maior diferença entre eles, com certeza, é o processo de contrução da desigualdade, seja pelo Poder Judiciário (Sérgio Moro), seja pelo poder midiático (Luciano Huck/ Globo). Não por acaso, Luciano Huck se refere a ele mesmo como Rede Globo. “Eu, como Rede Globo, não posso….”, afirmou durante exploração piedosa, sensacionalista e midiática de Tia Edi. E não por acaso, Moro tambem se refere a ele mesmo como Justiça.
Para a Justiça (Moro), Edilaine, as crianças e os 5 mil brasileiros que moram na Caximba de Curitiba são invasores, ilegais e, em última instância, criminosos. Para Huck também, daí porque o apresentador se recusou a reformar o abrigo das cerca de 180 crianças que Tia Edi atende na ocupação.
Não por acaso também, Sérgio Moro e Luciano Huck foram entrevistados no programa Roda Viva da TV Cultura. Edilaine é daquelas pessoas que nunca serão colocadas no centro do Roda Viva, pela simbologia social que o programa representa. Como pode uma mulher maravilhosa, poderosa como essa, viver de forma radiante nos lixões que a mídia e o judiciário produzem?
A história de Edi, relatada brevemente no programa de Luciano Huck, é algo fantástico. Mas Huck não “pode” ajudar muito. Não reformou o local de atendimento das crianças, sob a desculpa de que era uma “invasão”. E, nem cedeu recursos para que ela própria fizesse melhorias, apesar de o programa ter ganhado milhões de reais explorando sua história. No entanto, Luck comparou o bairro da cidade de Moro como o Haiti, país miserável e devastado por conflitos e terremoto.
Ironias da vida, Luciano Huck também foi invasor de área ambiental no Rio de Janeiro, onde construíu sua mansão graças a um decreto de Sérgio Cabral. El foi condenado retirar boias que cercavam o local e ao pagamento de R$ 40 mil por danos ambientais. Sérgio Moro é beneficiário das invasões que o Poder Judiciário faz no “teto constitucional”.
No final da História, Huck conseguiu dar R$ 1 mil reais em compras para Tia Edi, graças ao patrocínio de uma empresa que investe alguns milhares de reais em publicidade para Huck. Sérgio Moro continua recebendo seu salário e ‘não tem nada a ver’ com essa hisótria, exeto desfrutar da bela Curitiba, longe da Caximba. Tia Edi só resta agradecer à bondade de Huck por 12 meses. Após esse período, não passará de uma integrande de um bando de 5 mil vagabundos e criminosos que invadem áreas que pertencem a outras pessoas e afrontam a Jusiça de Sérgio Moro.
Para quem não a conhece, Tia Edi está neste documentário de Bianca Dessotte: