O professor universitário de Biologia Luís Felipe Manvailer chocou o Brasil com as imagens do circuito interno do condomínio onde morava que o mostram agredindo a mulher, a advogada Tatiane Spitzner, de 29 anos, antes que ela aparecesse morta na calçada, depois de cair do apartamento no quarto andar.
São imagens fortes, que o mostram dando tapas e chutes nela e a arrastando pelos cabelos.
O crime aconteceu na madrugada de 22 de julho, em Guarapuava, no Paraná. A 340 quilômetros dali, perto da fronteira com o Paraguai, ele bateu o carro e foi preso. Interrogado, disse que bateu o carro porque a imagem da mulher caindo do apartamento não lhe saía da cabeça. Segundo Manvailer, ela se jogou.
Ao receber as imagens, a Polícia Civil reforçou a suspeita de que ele a jogou e o indiciou por feminicídio, o crime que prevê penas maiores para homens que matam a mulher em razão do gênero.
Um especialista em tecnologia da informação de São Paulo, que conhece muito de rede social, ao ver a violência com que agiu, começou a pesquisar o comportamento de Luís Felipe Manvailer na internet.
Como verificou em outros casos, como o do médico Denis Furtado, conhecido como Doutor Bumbum, apontado como responsável pela morte de uma paciente em que fez preenchimento nas nádegas, acreditava que Luís Felipe tivesse perfil conservador, fosse um ativista de direita na internet.
O especialista usou uma ferramenta que localiza as atividades públicas nas redes sociais. E não deu outra: Luís Felipe curtia postagens de Eduardo Bolsonaro, comentava em publicações de Kim Kataguiri e Mamãe Falei, e em páginas como Caneta Desesquerdizadora e em publicações que atacam os defensores dos direitos humanos. Vibrou muito quando Lula foi condenado.
É o perfil típico do “cidadão de bem”, que apoiou o impeachment de Dilma, bradou contra a corrupção e insultava as pessoas com pensamento progressista, diferente do dele. (Por Joaquim de Carvalho, do DCM)