Concebido por Bianca Santana e com a co-produção da curadora Andrea Mendes, o projeto prevê uma apresentação coletiva com as alunas que participaram das oficinas abertas e gratuitas que aconteceram no Ibaô durante o mês de julho. “Antes de realizar a residência, já sabia um pouco da realidade dos movimentos culturais de resistência afro em Campinas. A experiência só veio comprovar o quão rica é a cultura de matriz africana, que mesmo com as adversidades, violências sofridas e preconceitos, se fundamenta no acolhimento e no tempo de amadurecimento de cada indivíduo. E a prática da dança faz parte desse movimento eterno de reconstrução do povo negro”, reflete Bianca Santana.
Nos dois meses que esteve em Campinas, a artista buscou referências para a criação da apresentação Dança das Águas no Ilê em visitas a terreiros como a Casa do Arco-Íris, liderada pela Mãe Dango, e a Comunidade da Tradição e Culto Afro Ilesin Ogun Lakaiye Osinmole / Instituto Cultural Baba Toloji, tendo também acompanhado festejos para orixás no Ilè Asé Obá Adákédájó Omí Aladò, guiados pelo Babalorisá Moacyr de Xangô.
Com a pesquisa aliada à educação e à cultura na região, a dançarina realizou oficinas de dança afro para crianças na Escola João Vialta, localizada no Jardim Metonópolis em Campinas, e oficinas abertas no Museu da Imigração de Santa Bárbara D’oeste. “Todas as experiências que tive durante a residência artística me fizeram perceber o quanto a dança compõe a nossa história e como ela fortalece a identidade afro, a auto-estima das mulheres e a luta anti-racista no Brasil”, afirma a artista que dirige o espetáculo final, no qual presta a sua homenagem para as orixás das águas, tão presentes nas manifestações culturais de matriz africana.
No encerramento do projeto, acontecerá, além da apresentação coletiva e um solo de Bianca Santana, a exposição Fronteiras com os Orixás – Só se encontra com Deus nos extremos, do artista baiano André Mustafá e a projeção do filme A Mulher da Casa do Arco-Íris de Gilberto Alexandre Sobrinho, que relata poeticamente a história da Mãe Dango.
O projeto Dança das Águas no Ilê conta com o apoio do Estado da Bahia e o retorno da dançarina será para a cidade de Caravelas, onde reside atualmente, e dará continuidade à pesquisa e criação em cultura afro-brasileira para a promoção da cidadania de crianças, jovens e mulheres. (Carta Campinas com informações de divulgação)
DANÇA DAS ÁGUAS NO ILÊ – APRESENTAÇÃO COLETIVA
Programação
Exposição “Fronteiras com os Orixás – Só se encontra com Deus nos extremos” de André Mustafá (Fragmentos)
Filme “A Mulher da Casa do Arco-Íris” de Gilberto Alexandre Sobrinho
Dança das Águas – apresentação de dança afro com Bianca Santana (solo) e Alessandra Costa Araújo, Amanda Jambelli, Isabely Motta, Júlia Motta, Juliana Viana, Laís Lima, Maria Isabel Menezes, Silvia Motta e Tatiane Farias.
DIA: Sábado, dia 04 de agosto, às 19 horas
LOCAL: Ponto de cultura e memória Ibaô – Rua Ema, 170, Vila Padre Manoel da Nóbrega, Campinas
Entrada gratuita
Ficha técnica:
Concepção e criação: Bianca Santana
Produção: Andrea Mendes e Bianca Santana
Apresentando: Bianca Santana com Alessandra Costa Araújo, Amanda Jambelli, Isabely Motta, Júlia Motta, Juliana Viana, Lais Lima, Maria Isabel Menezes, Silvia Motta e Tatiane Farias.
Percussão: Afoxé Ibaô, Graziella Evangelista, Isabely Motta e Júlia Motta
Figurino: Amanda Jambelli e Bianca Santana
Registros e redes sociais: Raquel M Galvão
Apoio Técnico: Ike Banto e Crisley Caroline
Apoio financeiro: Estado da Bahia
Parcerias: Instituto Baobá de Cultura e Arte (Ibaô), Exposição “Fronteiras com os Orixás – Só se encontra com Deus nos extremos” (André Mustafá), Filme “A mulher da Casa do Arco-Íris” (Gilberto Alexandre Sobrinho), Associação de Capoeira Motta de Santa Bárbara D’Oeste e TORTA Espaço cultural (Paula Monterrey Sobral)