A partir de sua criação, em 1963, o MAC USP teve por finalidade preservar pesquisar e ampliar o acervo que havia recebido do MAM SP e fomentar a produção artística contemporânea. Nessa dupla chave, o Museu foi pioneiro no colecionismo de fotografia, videoarte e proposições artísticas processuais que emergiram no país nas décadas de 1960 e 1970. Constituiu assim o acervo mais importante para uma história da arte contemporânea internacional, no Brasil. Sua participação na emergência das novas tendências artísticas é conhecida desde então, tendo sido recentemente o primeiro museu do país a colecionar artemidia e arte digital – como no caso da instalação de Gilbertto Prado.
A parceria com o Paço das Artes é, portanto, da maior relevância no programa do MAC USP. Assim como o Museu, o Paço das Artes é estimulador da produção contemporânea mais atual, com enorme atenção à preservação da memória desta produção, e um enfoque especial nos debates sobre documentação, arquivamento e conservação da arte contemporânea. As duas instituições vêm criando espaço para trocas de ideias e conhecimento sobre essas questões através de seminários e grupos de estudo. Era quase natural que o MAC USP acolhesse o Paço das Artes para uma exposição, em que a curadoria de ambas as instituições propusesse uma leitura do acervo do MAC USP, fazendo um cruzamento com os artistas que participaram de mostras e programas do Paço e que figuram no acervo do MAC USP.
A exposição Paradoxo(s) da arte contemporânea: diálogos entre acervo do MAC USP e o acervo do Paço das Artes foi momento oportuno para revisitar uma artista fundamental para as duas instituições, para a pesquisa artística no país, e para a formação e o diálogo perene com a produção mais atual: Regina Silveira. Sendo tomada como o cerne da exposição, a partir da obra “Paradoxo do santo”, as curadoras Priscila Arantes (Paço das Artes) e Ana Magalhães (MAC USP) selecionaram um conjunto de obras de artistas contemporâneos a Regina Silveira que, de certo modo, tratam das questões que emanam de seu trabalho. Outro aspecto importante no processo de produção da exposição foi justamente a atualização dos materiais de apresentação da obra de Silveira e de outros artistas aqui presentes, para sua conservação.
A entrada é gratuita. (Carta Campinas com informações de divulgação)