A entidade lembra que em outubro de 2016, Parente anunciou ao mercado a nova política de reajustes dos derivados nas refinarias, estabelecendo a paridade de preços com o mercado internacional, sem qualquer mecanismo de proteção para o consumidor. “A FUP denunciou que quem pagaria a conta seria o povo brasileiro e que o País estaria refém das crises internacionais de petróleo”, afirma.
Pedro Parente também assumiu o compromisso com “a não garantia integral do abastecimento do mercado brasileiro por entender que, em sua lógica de negócios, há a previsão do ingresso de mais agentes para o atendimento total da demanda”, como revela o estudo do Ministério de Minas e Energia, Combustível Brasil.
“A redução das cargas das refinarias, a reestruturação dos efetivos de trabalhadores e a entrada em massa no país das importadoras de combustíveis davam as pistas do que estava por vir: o projeto de privatização do parque de refino e da logística de distribuição de derivados”, destaca ainda a FUP.
As digitais de Pedro Parente estão também entranhadas no processo de desindustrialização, agravado pelo fim da política de conteúdo local, “uma das mais perversas ações deste governo. Ele atuou diretamente para reduzir a pó a indústria naval brasileira, ao passar a encomendar no exterior as plataformas e equipamentos dos campos do pré-sal”, diz.
Enquanto o mercado aplaudia o esfacelamento da Petrobras como medida necessária para reduzir a dívida da empresa, Parente em troca beneficiava o sistema financeiro, que recebeu cerca de R$ 250 bilhões nesses dois anos em que esteve à frente da empresa. Garantiu também mais de R$ 11 bilhões aos fundos abutres norte-americanos, que se refastelaram com o acordo que ele costurou pessoalmente.
“Esse é o legado desastroso da gestão Pedro Parente, que a FUP e seus sindicatos vêm denunciando desde 2016. Por isso, a greve dos petroleiros para baixar os preços do gás de cozinha e dos derivados teve como um dos eixos principais sua saída do comando da Petrobras e mudanças estruturais na gestão da empresa”, afirmou a entidade. “Essa luta só está começando. Que fique claro para os próximos gestores que o principal acionista da Petrobras é o povo brasileiro e não o mercado.” (Da RBA)