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O celeiro

 

.Por Eduardo de Paula Barreto.

A supressão de direitos

E a limitação do saber

Formam o mecanismo perfeito

Para se exercer o poder

Dos fortes sobre os fracos

Que lambem os pratos

E buscam no fundo das panelas

Algum resto de comida

Enquanto oferecem as sortidas

Ceias para quem os flagela.

 

O trabalho mesmo remunerado

Pode significar servidão

Quando ao trabalhador é negado

O direito de obter do patrão

Ganhos justos e carga horária

Que transformem a rotina diária

Em degraus para que ele cresça

E deixe de vestir-se com trapos

Enquanto para o patrão abastado

Ele cose lindas roupas de seda.

 

Que o agasalhado produza agasalho

E o alimentado produza alimento

Para que a força do trabalho

Seja garantia de alento

Para todas as classes

Que esperam que a sociedade

Um dia ainda seja

Celeiro de bem-estar e justiça

Ao trocar o egoísmo e a cobiça

Pela distribuição de renda e riqueza.

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