Para o governo golpista brasileiro, a consulta popular e a participação da população através do voto é sinônimo de “autoritarismo”. Ou seja, as eleições são autoritária e o golpe parlamentar e judicial no Brasil foi democrático.
O governo de Michel Temer e do PSDB lamentou a forma como ocorreram as eleições presidenciais na Venezuela, sem fundamentar o motivo. “O pleito do dia 20 de maio careceu de legitimidade e credibilidade”, diz a nota oficial.
O governo de Michel Temer queria que o governo da Venezuela aceitasse interferência internacional. Diz que “lamenta profundamente que o governo venezuelano não tenha atendido aos repetidos chamados da comunidade internacional pela realização de eleições livres, justas, transparentes e democráticas”. O Comissão Eleitoral da Venezuela afirma que há 200 observadores nas eleições, sendo muitos internacionais.
Já o Itamaraty ressalta ainda, no texto, que as eleições ocorreram em meio a presos políticos, partidos e lideranças políticas inabilitado. O Itamaraty não explica quem são os presos políticos da Venezuela e também se cala sobre a prisão sem provas e política do ex-presidente Lula, justamente para evitar que o ex-presidente possa ser candidato.
O mais irônico desta história é que o senador Aloysio Nunes, que comanda o Itamaraty é do PSDB, partido que foi derrota nas eleições presidenciais de 2014 no Brasil, e só está no governo por causa do golpe parlamentar de 2016.
“Assim, ao invés de favorecer a restauração da democracia na Venezuela, as eleições de ontem aprofundam a crise política no país, pois reforçam o caráter autoritário do regime, dificultam a necessária reconciliação nacional e contribuem para agravar a situação econômica, social e humanitária que aflige o povo venezuelano, com impactos negativos e significativos para toda a região, em particular os países vizinhos”, diz a nota do Itamaraty. (Carta Campinas e Agência Brasil)