Criada pelo compositor e multi-instrumentista Carlinhos Antunes para reunir músicos profissionais de diversas etnias e culturas que residem em São Paulo ou estão de passagem por nossa cidade, a orquestra surge no aniversário de 15 anos de sua existência. À formação original da Orquestra Mundana, que já contava com músicos da França e de Cuba e de diversas regiões do Brasil, foram somados músicos e cantores da Palestina, Síria, Congo, Haiti, Irã e Guiné-Conacri. O processo de formação da Orquestra Mundana Refugi se deu ao longo de dois meses do projeto REFUGI, do Sesc São Paulo, que ofereceu oficinas musicais gratuitas para imigrantes e refugiados e realizou uma série de ensaios abertos para que o público pudesse acompanhar o processo em toda sua riqueza e dinamicidade.
O projeto REFUGI, idealizado por Carlinhos Antunes e pela assistente social Cleo Regina Miranda, surgiu com o objetivo de, principalmente através da música, acolher e integrar pessoas que por escolha ou necessidade hoje têm a cidade de São Paulo como sua casa. Além da formação da orquestra, foram realizadas diversas oficinas e bate-papos, sempre no Sesc Consolação, com o objetivo de contribuir para a diminuição das barreiras do preconceito e de gerar conhecimento, promovendo o encontro e a troca de experiência entre pessoas.
No repertório da orquestra, estão temas tradicionais da Palestina, Irã, Guiné-Conacri, Congo, Haiti e Brasil, composições de Carlinhos Antunes criadas especialmente para a Refugi e também para a Orquestra Mundana. O canto de trabalho Planté Mayi, foi apresentado ao grupo pelo haitiano Junior Odnel durante uma das oficinas. Samai Atlântico, composta por Raouf Jemni, da Tunísia, foi integrada ao repertório por ocasião da vinda do jovem compositor ao Brasil, participando de três concertos com a orquestra.
Cantos tradicionais árabes e persas são trazidos para arranjos que comportam também o canto brasileiro, com interpretações de cantoras Oula Al-Saghir, da Síria/Palestina, e Mah Mooni, do Irã, ao lado da brasileira de Mato Grosso do Sul Paula Mirhan. Já temas que propõem o diálogo ÁfricaBrasil têm as vozes de Mariama Camara, da Guiné-Conacri, e de Leonardo Matumona e Hidras Tuala, ambos do Congo. Com vozes vindas de tantos cantos e instrumentos que vão do kanun ao acordeom, passando pelo piano, violino, cítara chinesa, bouzouki e tantos outros, as apresentações da Orquestra têm confirmado que, se existe uma forma de comunicação que ultrapassa qualquer fronteira e cria um lugar comum a todos, essa forma é a música.
Os ingressos à partir de R$ 5 estão à venda no Portal do Sesc e nas bilheterias das unidades. (Carta Campinas com informações de divulgação)