Destruição do som do Acampamento Lula Livre foi atitude fascista, diz Ana Perugini

A deputada federal da região de Campinas, Ana Perugini (PT-SP),  que tem base em Hortolândia,  estava na manhã da sexta-feira (4) na vigília Lula Livre, no acampamento Marisa Letícia, quando ocorreu o ataque ao equipamento de som do acampamento.

Ela afirmou que encaminhou pedido para se reunir com a Corregedoria da Polícia Federal (PF) em Brasília para conversar “sobre o que está acontecendo em Curitiba e a necessidade de se manter um respeito mínimo pela democracia”. “A Corregedoria precisa tomar uma posição”, disse, sobre o ataque do delegado da Polícia Federal Gastão Schefer Neto.

O policial tentou destruir o equipamento de som da manifestação, “numa atitude fascista e ensandecida”, segundo a organização. “O que cabe a mim, enquanto deputada federal, eu já pedi.” Segundo Ana Perugini, já há uma agenda para quarta-feira (9) às 10h. “Não quero ir sozinha. Quero estar acompanhada pelo líder de minha bancada (deputado Paulo Pimenta) na corregedoria em Brasília e estou pedindo também uma audiência com o ministro da Segurança Pública (Raul Jungmann)”. Ela disse que ainda em Curitiba solicitou à PF para que haja reforço na segurança do acampamento.

Destruição do equipamento de som

Mencionou como justificativa outros os atos de violência contra os manifestantes pró-Lula. “Já tivemos tiros no acampamento, na caravana de Lula e pedimos segurança maior. A manifestação é pacífica e não pode ensejar represália.”

A deputada falou por quase uma hora em sua página no Facebook sobre o episódio e acrescentou ser difícil “acreditar no que aconteceu”, considerando que o protagonista da cena era um membro da Polícia Federal. “Ele estava totalmente transtornado.”

Ao comentar o apoio a Lula, as manifestações pela sua liberdade e o processo de sua prisão, a deputada declarou que as autoridades responsáveis desconheciam a grandeza do ex-presidente. “Creio que a própria Polícia Federal não conhecia o tamanho de Lula. Vi a grandeza de um presidente em vida se tornar uma ideia, que em vida foi carregado pelo povo. Ele saiu carregado e quando chegou a Curitiba já tinha gente esperando. Ele é muito grande e não haverá processo democrático sem a presença de Lula. É vergonhoso infringir as leis, prender para (ele) não concorrer. A grandeza de Lula surpreendeu a ‘república de Curitiba’”, disse.

Segundo a parlamentar, a justificativa da corregedora que atendeu ela e a deputada estadual Márcia Lia (PT) na capital paranaense é que houve um despreparo por parte do agressor, que não estava na posição de delegado no momento em que invadiu o acampamento e que agiu como cidadão. “Mas a grande função de uma corregedoria é manter a lisura do serviço prestado pela instituição. Se você não tem condição psíquica, isso tem que ser verificado pela instituição para que ela continue gozando de respeito pela população”, observou Ana.

“Foi uma manifestação de ódio em relação ao que está acontecendo. Ele não suporta essa manifestação democrática, pacífica, organizada e autossustentada. O espírito das pessoas que estão ali (no acampamento) é de muita fraternidade e comunhão.”

Segundo Márcia Lia, as pessoas estavam pacificamente se manifestando quando de repente acabou o som. “O sujeito chegou, à paisana, entrou no nosso meio, foi pra cima das pessoas e jogou todo o equipamento de som, quebrou tudo, e ficamos sem entender o que estava acontecendo”, contou.

Ana Perugini foi questionada por um internauta sobre a juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara de Execução Penal (VEP) de Curitiba, que impediu a visita a Lula de seu médico, assim como de uma comissão de governadores e do prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, da ex-presidenta Dilma Rousseff e do teólogo Leonardo Boff. “Acredito que muitas vezes esquecemos o que representamos no lugar em que estamos. O juiz deve observar as leis e o bom senso deve imperar. Essa postura só diminui o tamanho da instituição do Poder Judiciário”, respondeu.

Na próxima segunda-feira (7) será realizado um ato político para lembrar “um mês da prisão política do ex-presidente Lula”, segundo divulgou o PT. A manifestação de resistência será na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
Em carta, Lula agradece mobilização do 1º de Maio

O ex-presidente Lula enviou carta ao movimento sindical agradecendo a realização do ato unitário em defesa da sua liberdade e em defesa dos direitos sociais e trabalhistas, realizado no dia 1º de Maio, em Curitiba. (Da RBA; edição Carta Campinas)

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