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Rede Globo e Poder Judiciário explicam como convivemos com 400 anos de escravidão

.Por Susiana Drapeau.

A parceria entre a Rede Globo e o grupo formado pelo poder judicial e policial de Curitiba nos garantem mais 300 anos de brutal desigualdade humana no Brasil.

É bem provável que o Brasil viverá mais 400 anos de desigualdade, assim como viveu 400 anos com a escravidão dos negros.

Hoje, como alguns poucos negros juízes, atores de televisão, políticos, você deve se perguntar: como convivemos durante cerca de 400 anos com a escravidão dos negros? Como se passaram quase 4 séculos com a estrutura jurídica da escravidão pouco abalada? Um século, dois séculos, três séculos….Imagina.

Sim, longos quase 400 anos. É facultado a Jorge Lopes Bixorda, arrendatário de pau-brasil, a utilização de escravo em 1538, após tê-los traficado da África para a Bahia.

Pelos registros históricos, a escravidão no Brasil durou de 1.538 a 1.888, quando foi assinada a Lei Áurea pela princesa Isabel. Mas a assinatura não muda a realidade de uma hora para outra.

4 Séculos! E como agiam os juízes, os delegados, os procuradores e promotores (ou cargos assemelhados) para manter e estabelecer a estrutura jurídica e violenta que dava sustentação sólida à escravidão negra? Como agia a justiça na ascensão do nazismo?

Como agem Sérgio Moro e os procuradores e delegados de Curitiba? Como age a Rede Globo? Como se consegue manter a brutal estrutura jurídica da desigualdade social e econômica? Por que os grandes operadores dos esquemas de corrupção da Petrobras estão livres e vivendo em suas mansões? Por que o PT e Lula viraram alvo da Lava Jato e da Rede Globo de forma tão voraz?

Ulisses e a Constituição

Para entender, talvez seja bom remontar a 1.888. Essa é uma data essencial. Em 1.888 começa uma nova fase no Brasil. Os negros se tornaram livres, mas abandonados pelo Estado e pelos proprietários. Passam a vagar ou se submeter às mesmas condições da escravidão para sobreviver.

1.888 é o início dos longos 400 anos de brutal desigualdade que o Brasil vive e continuará a viver.

Ironicamente, em 1988, exatos 100 anos da assinatura da Lei Áurea, foi promulgada a atual Constituição.

E tivemos alguns avanços e retrocessos nesses primeiros 100 anos. Os governos de Getúlio Vargas e as leis trabalhistas, a industrialização dos anos 40 e 50, depois veio o retrocesso social com o Golpe de 64 que produziu a guerra do tráfico e, depois, novos avanços com a redemocratização e a Constituição de 1.988.

Neste início de segundo século de brutal desigualdade, os governos petistas fizeram mais alguns avanços, como as legislações para cotas, Bolsa Família e outros programas sociais e educacionais, como a construção de mais de uma centena de escolas técnicas e novas universidades. Pequenas coisas que incomodaram a estrutura da desigualdade.

A mobilização do retrocesso

Mas assim como no século passado, uma nova onda de retrocessos retornam para nos manter em mais 300 anos de brutal desigualdade. É necessário destruir toda a herança social dos governos petistas e, mais que isso, é preciso trancafiar qualquer tentativa de retorno ao poder.

O Golpe parlamentar de 2016, a perseguição jurídica ao ex-presidente Lula, a grande farsa do triplex-muquifo, as propostas de acabar com o SUS e transformar o ensino público em formador de mão de obra desqualificada, a entrega das riquezas dos Brasil às grandes corporações econômicas, o fim da aposentadoria, a intervenção militar no Rio para manter a desigualdade sob controle, e a impressionante associação entre o poder judicial de Curitiba e a Rede Globo.

Não se enganem. Salvo algum episódio excepcional, teremos pela frente mais 300 anos de brutal desigualdade no Brasil. Não foi por acaso que uma das primeiras medidas do Golpe de 2016 foi congelar os investimentos em saúde e educação, os dois setores primordiais para que a população possa viver melhor.

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