O ano de 2017 foi muito polarizado, acentuação da crise econômica, muito ódio e muita aberração política em todo o Brasil. Em Campinas não foi diferente. Pelo menos três projetos ou ideias de projeto podem ser considerados os piores apresentados. Qual deles é o pior?
1. O primeiro é o projeto ‘Escola Sem Partido’, organizado por grupos conservadores ligados ao fundamentalismo religioso. O projeto tenta impor censura ao professor e criar um controle ideológico conservador dentro das escolas públicas. O projeto visa combater a discussão de gênero nas escolas e impedir a reflexão crítica dos alunos diante da desigualdade social e econômica. Projetos do grupo escola sem partido rotulam a discussão de gênero como ‘ideologia de gênero’ e tenta proibir qualquer discussão sobre o tema. A questão do gênero é um debate mundial que busca combater a violência sexual contra crianças, contra as mulheres e respeitar as opções sexuais. O projeto em Campinas foi apresentado pelo vereador Tenente Santini (PSD), recebeu votação em primeira sessão rapidamente, mas teve a urgência retirada. O pesadelo poderá voltar em 2018.
2. O segundo é a proposta do ‘Fim da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas’. O vereador Paulo Gautério (PSB) coletou informações equivocadas sobre os salários na Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC) e divulgou em Rede Social que apresentaria um projeto para extinguir a orquestra por causa dos altos salários. O vereador confundiu o salário de um músico com o salário do naipe da orquestra. O naipe de violino, por exemplo, é formado por vários músicos. Diante da reação ao projeto, o vereador parece ter recuado e não voltou mais a falar sobre o assunto. A OSMC tem 88 músicos e custo de R$ 13 milhões anuais.
3. Pode se colocar como terceiro o projeto do presidente da Câmara, Rafa Zimbaldi (PP), o mesmo partido de Paulo Maluf, que criou 99 cargos extras para auxiliar os vereadores. O projeto foi aprovado e já está valendo. A proposta facilita o clientelismo político e perpetuação no poder dos vereadores eleitos. O projeto foi feito porque a Justiça obrigou a redução do excesso de cargos comissionados (apadrinhados políticos) na Câmara de Campinas. Ao todo são agora mais de 200 cargos com indicação política na Câmara. Eles ficam 4 anos atuando em favor do vereador, custeados por cerca de R$ 1 milhão por mês em recursos públicos. Ao final de 4 anos de mandato, a população terá pago cerca de R$ 50 milhões com cargos que facilitam a reeleição dos vereadores e distorcem o processo eleitoral.