Já entre os eleitores petistas, a imensa maioria (83%) é contrária à venda de patrimônio público, com apenas 11% favoráveis. Outros 5% são indiferentes ou não responderam.
Esse modelo privatista rejeitado pela população é uma das principais bandeiras do governo Temer, que em meados de 2016 chegou anunciar que o ideal era privatizar “tudo o que for possível”, e em 2017 anunciou um pacote de privatizações que inclui a venda de 57 empresas públicas.
Perguntados especificamente sobre eventual privatização da Petrobras, 70% se declararam contrários e 21% favoráveis – o restante não respondeu. A reportagem do jornal Folha de S.Paulo aponta que vem aumentando a resistência contra a venda da estatal, já que, em 2015, 24% eram a favor da sua venda e 61% era contra.
Ainda assim, essas medidas também não encontram respaldo entre eleitores que dizem preferir o MDB (o partido de Temer). Destes, apenas 17% apoiam a venda do patrimônio público e 75% se declararam contrários. Os que não responderam somam 9%.
A recente onda de privatizações realizadas pelo governo federal teve início, no Brasil, durante o governo Collor, e ganhou impulso nos governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que passou para o capital privado expoentes da indústria pesada nacional como a Vale (então Vale do Rio Doce) e a Companhia Siderúrgica Nacional (CNS), além do sistema de telecomunicações (Telebrás), entre outras empresas públicas.
Segundo o levantamento, a cada 10 brasileiros ouvidos, sete (70%) se opõem à venda de patrimônio público ao capital privado, e apenas 20% são favoráveis. Outros 10% não souberam responder.
A rejeição à privatização prevalece em todos os os níveis de escolaridade (de 73% entre aqueles com ensino fundamental a 62% entre aqueles com formação superior), e em quase todos os extratos de renda. Apenas os mais ricos (que ganham acima de 10 salários mínimos) são majoritariamente a favor da venda das empresas públicas (55%). (Da RBA)