A oposição diz que não reconhece o resultado. O coordenador da Aliança de Oposição contra a Ditadura, o ex-presidente Manuel Zelaya, havia pedido neste domingo (3) que 5.179 urnas suspeitas de fraude fossem recontadas, mas o TSE decidiu incluir apenas 1.006 urnas no processo de verificação.
As suspeitas de fraude eleitoral se avolumaram quando a contagem de votos foi paralisada na terça-feira (28). Com cerca de dois terços das urnas apuradas, o opositor Nasralla liderava com cinco pontos percentuais de vantagem. Depois da paralisação, que durou 24 horas, o atual presidente assumiu a liderança. “Caíram os sistemas, caiu tudo e começaram a entrar atas (eleitorais) que não estavam assinadas”, afirmou Nasralla, pelo Twitter.
Hernandéz, que não poderia concorrer à reeleição, segundo a Constituição hondurenha, contou com interpretação favorável da Suprema Corte do país para poder pleitear um segundo mandato. Em 2009, em situação semelhante, o então presidente Zelaya foi deposto por um golpe militar, quando buscava mudança legislativa que possibilitasse a sua candidatura a um segundo mandato.
Milhares de apoiadores da Aliança de Oposição contra a Ditadura saíram às ruas das principais cidades do país para protestar contra o que é uma tentativa de fraude eleitoral, segundo eles. Para sufocar os opositores, o governo hondurenho decretou toque de recolher, na noite de sexta-feira (1º), e, no dia seguinte, foi decretado estado de exceção, que segue vigorando no país da América Central.
Também no domingo (3), o papa Francisco pediu para que o impasse político fosse superado pacificamente, após os confrontos de rua entre opositores e forças de seguranças terem resultado em ao menos três mortos. “Nas minhas orações lembro de maneira especial também do povo de Honduras, para que possa superar de modo pacífico o atual momento de dificuldade”, declarou aos fieis na Praça São Pedro, no Vaticano.
A decretação do estado de exceção, que suspendeu garantias constitucionais, teria sido realizada a pedido das Forças Armadas, da polícia e também por empresas privadas e câmaras de comércio do país. (Da RBA)