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Fim da aposentadoria?

.Por Iolanda Toshie Ide.

No país em que o pleno emprego ocorreu em período muito curto, é de se refletir sobre a capacidade de regular contribuição previdenciária. Assim, quem, por 20 anos, ocupa um posto formal de trabalho, não significa que esteve empregado 240 meses e contribui com 240 parcelas ao INSS. Comumente houve interrupções várias que não lhe permitiram efetuar essas contribuições.

Imagine-se uma aposentadoria que exigisse 40 anos, como quer Temer e Meirelles, para se obter aposentadoria por salário integral, ou seja 480 meses de contribuição previdenciária.
Para banqueiros seria o paraíso. Inviabiliza-se a Previdência Social para que trabalhadoras/es se comprometam com planos privados de previdência, a maioria pertencentes aos bancos. Sabedores de que grande parte das pessoas não está empregada o ano inteiro por longos períodos, sabem que não poderão pagar todas as mensalidades e, portanto, perderão o que já pagaram. É a galinha dos ovos de ouro de banqueiros.

Em 1981, o ditador Augusto Pinochet implantou, no Chile, a previdência privada. De posse das contribuições de trabalhadoras/es, o dinheiro foi aplicado no mercado financeiro. A maioria de quem conseguiu se aposentar , recebe cerca da metade do salário mínimo. Eis porque 91% de aposentadas/os estão em desespero e os donos dos planos de previdência enriqueceram facilmente.

Em 1997, o Banco Mundial forçou o México a adotar a mesma medida do Chile. Resulta que 40% da população vive na pobreza e a maioria das aposentadorias não chegarão ao equivalente a 398 reais. Convém lembrar que o México foi forçado a aderir à área de “livre” comércio chamada NAFTA (uma espécie de ALCA entre USA, Canadá e México).

As consequências foram desastrosas, especialmente para as mulheres. Os índices de feminicídios aceleraram, assim como o de “desaparecimentos” de jovens mulheres no caminho entre suas residências e os locais de trabalho, as “maquiladoras”. Não se trata de “livre comércio”, mas de espoliar quem trabalha.

Diante do trágico exemplo do México, o Brasil não assinou a ALCA derrotando-a com o esforço conjunto com Equador, Argentina, Bolívia, Paraguai. Assim se safou de sofrer o triste processo de mexicanização.

No entanto, agora, o império em decadência, avança suas garras sobre vários países da América: Honduras, Paraguai, Argentina, Brasil. Tentam também sobre Venezuela, Ecuador, Nicarágua, Bolívia, Chile. . .

Em reação, em Montevidéu (Uruguai), movimentos sociais, principalmente de mulheres, se reuniram na Jornada Continental pela Democracia contra o neoliberalismo, de 16 a 18 de novembro. “Ni un paso a trás. Seguimos en lucha!” RESITIREMOS !

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