Ícone do site Wordpress Site

Fiesp e entidades empresariais comemoram legislação reprovada por 81% da população

A nova legislação trabalhista, que entra em vigor a partir deste sábado (11), tem a desaprovação de 81% dos brasileiros.

Os números foram levantados por pelo instituto Vox Populi a pedido da CUT, em pesquisa realizada entre 27 e 31 de outubro. Apenas 6% aprovam as mudanças contidas na Lei 13.467, 5% não aprovam nem desaprovam e 8% não sabem ou não responderam.

A reprovação da população contrasta com a felicidade e comemoração dos líderes de entidades empresariais. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, delatado por corrupção, afirmou, em nota, que o Brasil está “maduro para viver uma nova forma de relação entre trabalhadores e empregadores, que será positiva para todos”. A pesquisa Vox Populi também revelou que a ampla maioria da população, 67%, considera que a “reforma” só é boa para os patrões e outros 15%, que não é boa para ninguém.

Para os sindicato, os trabalhadores foram prejudicados. Um hospital de São Paulo já anunciou o fim de um dia de folga e do pagamento extra para os funcionários que trabalham durante feriados, a partir de hoje. A nova legislação vai concentrar renda no Brasil, aumentar as horas trabalhadas da população e reduzir a massa salarial do país.

A nova legislação foi implantada rapidamente após o golpe parlamentar de 2016. A revogação da medidas do atual governo Temer é também a principal bandeira de campanha de três pré-candidatos à presidência: Lula (PT), Ciro Gomes (PDT) e Manuela D’Ávila (PCdoB).

Números da pesquisa:

A “reforma” trabalhista encaminhada por Temer e aprovada pelo Congresso Nacional alterou mais de 100 itens da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Entre as mudanças, estão negociações individuais entre patrões e empregados, sem a presença do sindicato, para assinar acordos de demissão, jornada de trabalho, banco de horas, parcelamento de férias e intervalos para amamentação.

Outra novidade é a legalização do contrato de trabalho sem vínculo, sem direitos e garantias, chamado de trabalho intermitente. O trabalhador só trabalha quando for chamado pelo patrão, e recebe de acordo com as horas de serviço prestadas. Não há garantia nenhuma de que será chamado a trabalhar.

O maior índice de rejeição encontrado na pesquisa CUT/Vox foi registrado no Sudeste (89,%). No Nordeste, a rejeição às mudanças é de 81%; no Centro-Oeste/Norte, 78%; e, no Sul, 60%. “Quanto mais se informam sobre a reforma, mais os trabalhadores rejeitam as mudanças na CLT que o empresariado mais conservador e ganancioso mandou Temer encaminhar para aprovação no Congresso”, diz o presidente da CUT, Vagner Freitas. “A lei legaliza o bico, dá segurança jurídica para os maus empresários explorarem trabalhadores.”

A nova rodada da pesquisa CUT-VOX foi realizada em 118 municípios. Foram entrevistados 2 mil pessoas com mais de 16 anos de idade, residentes em áreas urbanas e rurais, de todos os estados e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior, em todos os segmentos sociais e econômicos. A margem de erro é de 2,2%, estimada em um intervalo de confiança de 95%. (Com informações da Agência Brasil e  RBA)

Sair da versão mobile