ReExistir traz algumas proposições do existir e resistir no Brasil pós-golpe em que temos lutas constantes por direitos básicos como saúde, moradia, educação, cultura, gênero e identidade, onde democracia e liberdade são ameaçadas constantemente pelo ultraconservadorismo que mostra a face fascista, não dialética, cheia de ódio e violência. As minorias que são a grande maioria da nossa população brasileira sofrem com as tentativas de invisibilidade e cerceamento das vozes.
É importante estar no espaço público e poder empoderar linguagem e voz feminina que sofrem constantemente com as tentativas de silenciamento muitas vezes brutal. Ocupar os espaços e discutir dentro deles as questões das mulheres, trabalhador@s, negr@s, indígenas, estudantes, Lgbts, movimentos sócias e problematizar as discussões e conteúdos para a reconstrução democrática.
A exposição é composta por imagens impressas em tecido nas dimensões 1,20 x 0,80m. O suporte de impressão em tecido é uma das propostas do coletivo na busca da tridimensionalidade das imagens, uma vez que o tecido tem movimento e interage com o espaço fazendo uma analogia entre as mulheres e suas pautas.
“Somos únicas, quando reconhecemos a beleza da diversidade, nos amamos, respeitamos e potencializamos o melhor de nós. É só através de muito amor próprio e empoderamento que mulheres se libertam e podem inspirar outras mulheres”. Essa é a proposta da fotógrafa e arte-educadora Cintia Antunes que traz cinco fotos extraídas do projeto EmPodera, fruto de oficinas gratuitas de fotografia realizadas por ela na cidade de Campinas.
As fotografias são de adolescentes de projetos sociais onde foram ministradas as oficinas. Segundo Cintia, “a adolescência é uma fase de muito embate a respeito de identidade, sofremos uma pressão gigantesca sobre os padrões de beleza, é nessa faixa etária que temos que desconstruir e empoderar. Só assim nos tornamos protagonistas da nossa própria história.”
As crianças da Comunidade Nelson Mandela, com o olhar fotojornalístico da fotógrafa Fabiana Ribeiro, trazem a luta por questões como moradia, trabalho, educação e a falta de políticas públicas que atendam a população, A Comunidade Nelson Mandela é liderada por mulheres e tem travado uma batalha constante pelos direitos básicos, foi notícia de repercussão nacional quando a área que ocupavam no Jardim Capivari (Campinas) sofreu uma violenta, por parte de forças policias, reintegração de posse. As fotos das meninas são de vários momentos que vão desde a reintegração, o local provisório onde as famílias ficaram após a reintegração e o novo local de ocupação na região dos Dic’s (distritos industriais).
Na história da fotografia não dá para deixar de citar nomes como Vivian Maier, Diane Arbus, Helen Levitt, Dorothea Lange, Gerda Taro, a primeira fotógrafa a morrer em uma guerra, e que é muitas vezes invisibilizada pois várias de suas fotografias são atribuídas ao companheiro da época, o fotografo Robert Capa.
No Brasil, fotografas como Alice Brill, Claudia Andujar, Nair Benedicto, Monica zaratinni, Marlene Bergamo são nomes que constroem e marcam a presença feminina entre a história da fotografia brasileira.
Em Campinas, várias fotografas começam a compartilhar da ideia comum em formar um grupo feminino a fim de dar uma maior visibilidade ao trabalho feminino na área. Cinco mulheres com linguagens diferentes tomaram a iniciativa de formar a base para um coletivo feminino de fotografia: “Carolinas”. O grupo tem a proposta de ser inclusivo e agregar a produção feminina local com a participação das mulheres que fotografam.
O coletivo de fotografia feminino “Carolinas” está em construção e na formação da sua base estão as fotógrafas Cintia Antunes, Fabiana Ribeiro, Gabriela Zanardi e Sandra Lopes, e a especialista cultural Juliana Siqueira. O nome “Carolinas” surgiu da ideia de incluir as diferentes linguagens femininas fotográficas e suas autoras. Uma homenagem a mulheres como a escritora negra Carolina de Jesus e outras mulheres como a educadora Carolina Florence. A heterogenia e a inclusão aliadas à preocupação com o papel da fotografia no processo de democratização de imagens e informações fazem parte da proposta do coletivo. (Carta Campinas com informações de divulgação)
ReExistir
Mostra Luta!
Abertura: 25 de outubro, quinta-feira, a partir das 19h
Período: de 25 de outubro a 26 de novembro
Horário: Terça a sexta-feira, das 10 às 20h e sábados, das 10 às 16h
Local: Museu da Imagem e do Som de Campinas
Endereço: Rua Regente Feijó, 859