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O capitalismo, a igreja e o genocídio indígena costuram-se em ‘Senta: Sobre ser um Ser Humano’

Em São Paulo – Até o dia 29 de outubro, poderá ser visto na Companhia do Feijão, localizada no centro de São Paulo, com sessões às sextas e sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h, o espetáculo “Senta: Sobre ser um Ser Humano”, de Nelson Baskerville, com a Seu Viana Cia de Teatro.

Senta {Sobre Ser um Ser Humano} teve seus trabalhos iniciados em agosto de 2015. Por se tratar de um processo colaborativo de pesquisa em que a dramaturgia foi inicialmente levantada pelo elenco e finalmente costurada e assinada por Nelson Baskerville, muito do contexto político social atual foi absorvido e explicitado de forma subjetiva no espetáculo.

Assim, a montagem do espetáculo ocorreu a partir desse processo colaborativo de mais de oito meses, entre a direção e os atores, no qual Baskerville inicialmente apontou referências literárias, cinematográficas e plásticas.
Entre as referências estéticas e teóricas para a montagem estão o poeta peruano César Vallejo, o dramaturgo americano Tennessee Williams, a dramaturga brasileira Monalisa Vasconcelos, a poeta portuguesa Sofia de Mello Breyner Andresen e a banda de rock Radiohead. Utiliza-se também de fortíssima inspiração no teatro épico de Brecht, culminando numa criação única, caleidoscópica e complexa.

O fio condutor do espetáculo é a história de um homem (Kalle, O Capitalista) que ateia fogo em sua própria loja para receber o dinheiro do seguro e tentar assim escapar da crise financeira e familiar que o assola depois que o filho taxista enlouquece por, segundo o pai, fazer poesias. O espetáculo se pretende uma reflexão sobre o mundo atual pós-grande crise financeira mundial e suas consequências nos âmbitos externos e internos. O capitalismo, a igreja, o desemprego, o genocídio indígena e a morte – tudo costurado pela encenação do diretor.

Baskerville escolhe muito precisamente seus alvos e mantém a dialética em sua construção, seja na relação entre texto e imagem, seja nas provocações lançadas sem resposta. E, principalmente, mesmo em sua estrutura absolutamente épica, aproxima o público daquele retrato pessimista e esperançoso que afirma, lembrando que são parte disso tudo, que “ninguém pediu desculpas”. Nenhum de nós é isento, nenhum de nós está alheio, nenhum de nós é uma ilha. Outra mensagem que finaliza o espetáculo é “não servirei”. Se a referência é bíblica (a frase é atribuída a Lúcifer, rejeitando a obediência divina), dentro do espetáculo ela se redimensiona e dá apenas uma certeza: a este inimigo, não servirei; se não potencializamos o simbólico, fiquemos com a poesia.

Mais informações no evento criado nas redes sociais. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Ficha técnica:
Adaptação e Direção Geral Nelson Baskerville
Assistência de Direção Rebecca Catalani
Elenco Anna Talebi, Bia Souza, Fernando Vilela, Henrique Caponero, Inês Soares
Martins, Julia Caterina, Jussara Rahal, Mário Panza, Priscilla Alpha, Rafael Baloni,
Thaís Junqueira, Thiago Neves, Tiago Ramos, Victoria Reis.
Preparação Corporal/Coreografias Joana Mattei
Preparação Musical Zema Tamatchan
Música/Trilha Sonora Zema Tamatchan, Nelson Baskerville e Rebecca Catalani
Produção Seu Viana Cia de Teatro.
Cenário Thaís Junqueira
Cenotécnicos Henrique Caponero e Mateus Fiorentino
Figurino Thaís Junqueira sob orientação de Marichilene Artisevskis;
Iluminação/Operação de Luz Lui Seixas
Programação Visual Rafael Monzillo

Companhia do Feijão
Rua Dr. Teodoro Baima, 98 – República, São Paulo – SP
Capacidade: 70 lugares
De 07/10/2017 a 29/10/2017
Sextas e Sábados às 21h
Domingos 19h
Ingressos:
R$40,00 Inteira
R$20,00 Meia
Acessibilidade para deficientes físicos, aceita cartões e dinheiro para pagamento.
Compra na bilheteria que abre um horas antes do espetáculo.
Classificação: 16 anos

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