Os parlamentares afirmaram ao Viomundo que conseguiram uma hora de conversa gravada com o advogado Rodrigo Tacla Duran, o delator do amigo de Sergio Moro, Carlos Zucolotto.
Além de falar sobre o lado obscuro da indústria da delação premiada em Curitiba, Duran também ofereceu informações que atingem Ricardo Teixeira e a Rede Globo, afirmou o deputado Paulo Pimenta.
Segundo a jornalista Conceição Lemes, Pimenta adiantou a ela que Duran “nos confirmou tudo o que ele já havia denunciado anteriormente por meio de entrevistas.”
“Por exemplo, a maneira como o Ministério Público Federal obtém as delações, o uso de planilhas e extratos manipulados, em desacordo com os originais dos sistemas da Odebrecht, a atuação do amigo e padrinho do juiz Sérgio Moro, que teve a mulher de Moro, Rosângela, como sua sócia no escritório.”
Duran é processado em Curitiba sob a acusação de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele está na Espanha porque tem dupla cidadania e o País negou ao Brasil sua extradição. O advogado já foi intimado por Moro a prestar esclarecimento. Sua defesa alega que o juiz símbolo da Lava Jato perdeu as condições de julgá-lo a partir do momento em que saiu em defesa do amigo Carlos Zucolotto.
Zucolotto foi acusado por Duran de ter cobrado propina para ajudar, nos bastidores, no acordo de delação premiada com os procuradores de Curitiba.
“Nós também andamos atrás do processo do Sandro Rossell, ex-presidente do Barcelona, atualmente preso”, disse Pimenta. “O caso envolve diretamente Ricardo Teixeira e a Globo.”
Segundo Lemes, Rosell, que era sócio de Ricardo Teixeira, está no Presídio Soto del Real, em Madri, desde maio de 2017. “Ricardo Teixeira tem residência fiscal em Andorra, onde tem contas em mais de um banco”, atenta Pimenta. O principado de Andorra fica entre a Espanha e a França.
Wadih e Pimenta pretendem inserir a hora de gravação com Duran nos autos da CPMI da JBS. Eles também apresentaram requerimento para que o advogado seja ouvido na comissão de inquérito. (Do GGN a partir do Vi o Mundo)