O jornalista Luis Nassif observa que o nome de Rosângela, juntamente com o escritório do advogado Carlos Zucolotto Júnior, aparece em um relatório da Receita Federal entre os advogados que trabalharam para o escritório de Tacla Duran.
“Se o nome da senhora Moro consta na DIRF (Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte), significa que o escritório Tacla Duran efetuou pagamentos ao escritório e aos advogados do escritório. Ou seja, pagou a senhora Moro, diz Nassif em sua postagem.
Para o jornalista, que vem acompanhando as revelações, o caso é uma “bomba nuclear” contra o juiz federal e a Lava Jato. “Até então, se sabia que ele tinha pago o escritório de Zucolotto, melhor amigo de Moro (…).
Alegando sigilo profissional, o escritório de Tacla Duran não informa cifras nem detalhes sobre o trabalho realizado pelos advogados para os quais fez pagamentos. A informação dando conta das relações entre o investigado e o escritório do amigo e da mulher do juiz Sérgio Moro foi ocultada do processo envolvendo Tacla Duran. Caso constasse, configuraria conflito de interesse, e Moro seria impedido de julgar o operador da Odebrecht.
Negociação de facilidades
Na semana passada, a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo revelou que o advogado espanhol Rodrigo Tacla Duran, apontado como operador de propinas da Odebrecht, acusa o advogado Carlos Zucolotto Júnior, amigo do juiz Sérgio Moro, de negociar facilidades, como redução de penas e multas, em acordos de delação premiada na Operação Lava Jato.
Por possuir dupla cidadania, Tacla Duran, que foi acusado de lavagem de dinheiro e de formação de organização criminosa, vive hoje na Espanha. Ele acusa Zucolotto de ter pedido R$ 5 milhões para “aliviar” pedido de condenação e multa.
Já a coluna Radar, da revista Veja, publicada no sábado (2), diz que o escritório Zucolotto, que também tinha como sócia Rosângela Moro – mulher de Sergio Moro – era correspondente, em Curitiba, do escritório do advogado espanhol. (Da RBA)