Deportadas na Sibéria, Madre e sua filha Irina vivem juntas em uma casa perdida no meio da estepe, rodeada de lobos. Madame Garbô, professora de piano, apaixonada pela sua aluna, Irina, adentra a vivenda insana dessas duas transgêneros. Confissões e declarações inesperadas se desencadeiam. Garbô arquiteta um plano de fuga com a garota para a China, mas encontra em seu caminho, junto à resistência de Madre, o comportamento autodestrutivo de Irina… Nesta peça com um falso título de conferência, Copi é fulcral. Ele retorce os códigos do vaudeville com cinco personagens de sexos múltiplos e indistintos.
Pois é efetivamente o corpo livre de classificações genéricas que está no centro de todas as vertigens causadas por essa peça, vertigens transfiguradas em risos iconoclastas. Mas, por trás de uma linguagem crua e de situações trash, o autor nos coloca uma interrogação mordaz sobre a identidade humana, sobretudo a sexual. Como se expressar? Como se amar? pergunta Copi. É no inconveniente gozo da alteridade que a crueza da linguagem do autor nos convida a um ritual arrebatador, no qual o amor se configura para além dos sexos, em um turbilhão de marionetes que se auto sacrificam. (Carta Campinas com informações de divulgação)
Ficha técnica
Dramaturgia: Raul Damonte Botana (Copi)
Tradução e adaptação: Ariana Zilioti e Jaqueline Ramirez
Direção: Grupo Livre de Teatro Experimental
Figurino: Vicente Perrotta e T Dolls for all
Elenco:
Ariana Zilioti como Madame Garbô,
Jaqueline Ramirez como Irina Simpson,
Matheus Fantini como Madre e
Kiô Morgana Ramirez como General Pouchkine.
Iluminação: Samuel Persio
Maquiagem: As Ramirez
Fotografia: Carlos Poblete Jara (Bapho Produções)
Sexta – 06 de outubro às 20h30
Sábado – 07 de outubro às 20h
Local: Museu da Imagem e do Som (MIS – Campinas)
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