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Estudantes da Unicamp relatam experiências como voluntários em ONGs no exterior

.Por Verônica Lazzeroni Del Cet.

Letícia (primeira do lado direito, em pé)

Se a universidade é um ambiente propício para apresentar novas ideologias e fazer o jovem questionar e experimentar o novo, é também espaço para proporcionar a chance de atuar como voluntário.

A oportunidade pode ser enriquecedora e mudar a visão do universitário sobre o pequeno espaço de mundo no qual está inserido.

A universitária Letícia Oliveira, 24, viveu essa experiência. “O voluntariado nos faz crescer cada vez mais como pessoas, nos conecta com o mundo e tudo que nos rodeia, nos faz dar valor a tudo que temos, a valorizar cada minuto das nossas vidas e nos proporciona conhecer pessoas incríveis”, conta Letícia, que é estudante da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) do campus de Limeira e que atuou como voluntária no Peru.

A universitária conta que o voluntariado teve duração de seis semanas e junto dela mais oito voluntários trabalharam com uma ONG que atende crianças carentes. O projeto, Aldeas Infantiles, SOS Peru, visa erradicar a pobreza, um dos 17 objetivos das Organizações das Nações Unidas.

Mas, a decisão em atuar em um projeto social como esse não se manifestou sem explicação. “O sonho de fazer um intercâmbio social surgiu nos primeiros anos de faculdade. Logo que ingressei na Unicamp, em 2013, entrei em uma organização estudantil chamada Trote da Cidadania Unicamp Limeira, que realiza trabalhos voluntários na cidade”, diz Letícia Oliveira. A organização estudantil auxiliou a jovem conhecer diversas experiências sociais e também impulsionou a universitária a conhecer outras organizações estudantis que se empenham e trabalham com a esfera social.

Dentre as organizações que Letícia conheceu, a AIESEC (Associação Internacional de Estudantes em Ciências Econômicas e Comerciais)– associação criada no pós-guerra e que se estabelece pela primeira vez no Brasil em 1970 – foi com a qual ela mais se identificou, pois estimula a liderança em universitários, como também demonstra o impacto na sociedade através dos intercâmbios sociais.

“Tanto a AIESEC Limeira aqui no Brasil, quanto a AIESEC Udep em Lima, no Peru, deram todo suporte antes e durante a realização do intercâmbio”, conta Letícia. Além disso, ela conta sobre a tarefa que desempenhou no Peru, destacando a respeito da liberdade que teve, junto de seu grupo, para elaborar atividades para as crianças, de acordo com o que os voluntários desejavam ensinar para elas.

“Planejamos e desenvolvemos um cronograma diário de diversas aulas, algumas já estabelecidas pelo coordenador da ONG e propostas pela própria AIESEC e outras que criamos conforme as necessidades e características das crianças”, conta a universitária, enfatizando que acompanhou e desempenhou diferentes funções desde o planejamento até a execução dos afazeres.

Gustavo, durante intercâmbio social

Semelhantemente ao sonho da universitária, o jovem Gustavo Pereira, 21, também estudante da Unicamp, atuou durante vinte e quatro dias como voluntário no Myanmar, país que conheceu durante uma viagem e cuja pobreza e falta de auxílio público sensibilizou o universitário. “Eu estava visitando o país, e quando eu vi a repressão e pobreza que o povo de lá sofre, senti uma grande vontade de me engajar em algum tipo de ação para ajudar aquelas pessoas”, diz Gustavo Pereira.

O jovem atuou durante todo o voluntariado com a função de prestar auxílio médico a pacientes em estado terminal. Gustavo ainda enfatiza a importância que o jovem deve ter com relação às mudanças sociais que o mundo precisa e que pode ser através do voluntariado. “Eu considero extremamente importante que o jovem universitário de hoje se relacione com trabalho voluntário, pois estamos em um momento mundial no qual precisamos começar a mudar nossa maneira de pensar mais do que qualquer outro momento do passado”, conta. Ele ainda complementa afirmando que a participação do jovem na mudança da ideologia mundial é essencial.

Gustavo Pereira tem outros planos para atuar como voluntário e dentre tais sonhos exercer a mesma função que teve no Myanmar. “Gostaria sempre de trabalhar com auxílio médico a populações em zonas de conflito e refugiados”, diz.

O estudante universitário enfatizou que a universidade criou o ambiente favorável relacionado ao trabalho voluntário, motivando o jovem a buscar atuações no âmbito social. Gustavo teve participação no engajamento durante sua graduação. “Durante todo o meu período como estudante da Unicamp eu quis e realizei alguns projetos de auxílio tanto social, quanto ambiental”, conta Gustavo.

Para ele, a Unicamp possibilitou acesso ao trabalho voluntário em geral. “Ela foi sem dúvidas essencial na mudança da minha maneira de enxergar o mundo e no engajamento e reflexão sobre os problemas que vivemos na atualidade”, comenta.

Letícia e Gustavo fazem parte de diversas histórias de universitários e que experimentaram o trabalho voluntário. Cada qual com sua própria impressão pessoal e a certeza de que de alguma forma contribuíram socialmente e positivamente na vida.

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