Um estudo pioneiro no Brasil realizado pelo professor Alex Antônio Florindo, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, constatou que a presença de ciclovias, parques e praças próximos à residência incentiva um maior número de pessoas a se dedicarem a atividades físicas.
“Constatamos que a chance de um indivíduo praticar caminhada durante o seu tempo de lazer é maior quando ele tem à sua disposição pelo menos dois tipos de espaços públicos abertos em um raio de 500 metros de sua residência”, afirma Florindo. Ou seja, quando há dois ou mais espaços de lazer próximo à residência, há maior possibilidade de exercício físico.
O problema é que a pesquisa, feita na cidade de São Paulo, também constatou que somente cerca de 32% dos moradores estariam enquadrados neste cenário ideal e, pior que isso, 22% do grupo pesquisado não possuía nenhum espaço público a 500 metros ou menos de casa.
Para chegar a esses resultados, os pesquisadores escolheram por sorteio, moradores de domicílios que haviam respondido às entrevistas do Inquérito de Saúde da Prefeitura de São Paulo em 2015, amostra considerada representativa para a amplitude e complexidade da cidade. A partir do ponto central das casas, traçavam-se raios de um quilômetro, um quilômetro e meio ou quinhentos metros para encontrar os locais públicos abertos na região e cruzá-los com as respostas dos moradores com relação à regularidade com que praticavam atividades físicas.
O estudo, que foi feito em parceria com outros institutos da USP e pesquisadores de Melbourne, Austrália, procurou estabelecer uma relação entre a existência de ciclovias, parques e outros espaços públicos abertos em torno de domicílios com a regularidade da atividade física de seus habitantes.
Apesar das atividades físicas regulares serem essenciais à qualidade de vida, 45,9% dos brasileiros – ou 67 milhões de pessoas – são considerados sedentários, não dedicando nem 30 minutos em três dias da semana aos exercícios, como apontam dados do Ministério do Esporte.
Esta foi a primeira fase da da pesquisa e nos próximos anos e meses também levará em conta outros aspectos. Neste primeiro momento foram consideradas para a pesquisa 3.406 pessoas com idade superior a 18 anos de idade. (Carta Campinas com informações de divulgação)