Saúde e Educação, que tiveram investimentos congelados, são motores da economia

Em artigos publicados no site Brasil Debate, o economista Rafael da Silva Barbosa mostra como os setores de Saúde e Educação são fundamentais para retomar o crescimento econômico do país.

O setor de Saúde, por exemplo, tem uma participação no PIB brasileiro, maior do que o agronegócio. Pesquisas mostram que países que investiram em Saúde saíram da crise mais rapidamente.

Barbosa relata um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), do próprio governo federal, que mostra a importância do investimento em Saúde e Educação. “O multiplicador fiscal da Saúde é de 1,70% para o PIB e de 1,44% para a renda das famílias, ou seja, para cada R$ 1,00 gasto em saúde gera-se R$ 1,70 de crescimento do PIB e R$ 1,44 na renda das famílias. A contribuição da Educação é ainda maior para o PIB e a renda das famílias, sendo de 1,85% e 1,67%, respectivamente. O estudo do IPEA deixa claro que os gastos com Educação e Saúde são verdadeiramente investimentos econômicos que acrescentam riqueza ao país, enquanto os gastos com obrigações da dívida são de fato um custo para país, oferecendo variação negativa em relação ao retorno para o PIB”, anotou.

Mas uma das primeiras medidas do governo Temer, aprovada pelos parlamentares, foi o congelamento dos investimentos públicos em Saúde e Educação, com a chamada PEC da Morte.

Barbosa mostra um gráfico em a morte de mulheres está diretamente relacionada ao baixo investimento em Saúde em alguns países (gráfico1).

Afora a questão desumana, a PEC do congelamento vai dificultar ainda mais a retomada econômica do país. Além disso, há a reforma trabalhista, que precariza o trabalho, diminui o poder de compra das famílias, mas foi aprovada recentemente.

Para o pesquisador, o retrocesso pode ser explicado pelas especificidades do momento atual do país. “No Brasil, a crise econômica foi resultado direto da crise política, por isso, a tomada de decisão pautou-se muito mais em esquemas ideológicos já superados mundialmente do que no embasamento das evidências científicas. Não foi levado em consideração o que é realmente custo/gasto ou investimento para país.

Quem olhar minimante com alguma atenção para os dados, perceberá o nítido vigor de determinados setores da economia, tal como o da saúde, um dos grandes motores da economia. A participação desse setor é expressiva, alcança cerca de 6,5% do valor adicionado total da economia e supera até mesmo o setor do agrobusiness. Cerca de 10% do trabalho qualificado advém do setor saúde e sua participação é de 8% do Produto Interno Bruto”, afirmou.

Diferente do investimento em outros setores, o investimento em Saúde e Educação, gera um efeito colateral benéfico e direto ao permitir que a população do país tenha melhor qualidade de vida.

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