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‘Imortais’ explora conflitos entre tradicional e contemporâneo a partir do ritual ‘coberta da alma’

Cenas de ‘Imortais’, com Denise Weinberg. Foto: João Caldas

Em São Paulo – O espetáculo “Imortais”, inspirado numa tradição chamada “coberta da alma”, ainda encontrada no Sul do Brasil, está em cartaz até o dia 30 de julho no Teatro Anchieta do Sesc Consolação.

Segundo a tradição “coberta da alma”, em caso de falecimento, alguém da família ou próximo dela é escolhido para personificar a identidade do falecido, interpretar a pessoa que morreu. Assim, esse ritual é, no espetáculo, o ponto de partida para uma série de conflitos entre o tradicional e o contemporâneo.

A peça mostra o reencontro entre uma matriarca de rígidos princípios e muito apegada às tradições, que está doente e desenganada, com sua filha, que fugiu de casa há anos e retorna com um noivo – uma mulher andrógina. Com a iminência do fim, surgem segredos do passado e inevitáveis confrontos: entre mãe e filha; entre a vida e a morte; o masculino e o feminino; entre a liberdade e a moral repressora. Conflitos que abrem a possibilidade de descobrir qual o ideal de pertencimento de cada um e o que, na experiência humana, pode nos tornar imortais.

Segundo Newton Moreno, a “Coberta da Alma” surge como meio – dispositivo performático da raiz – proposto para detonar a reflexão. Até onde a tradição e o contemporâneo podem conviver e se retroalimentar? Qual a negociação ainda possível entre os dois?”. “A necessidade de um resgate de ritual para celebrarmos a vida, os nascimentos, as mortes, as aventuras, as desventuras, os encontros e desencontros apareceu na minha frente, como um grito estrangulado e poderoso, tentando resgatar e celebrar os pequenos ritos de nossa vida cotidiana”, complementa Denise Weinberg.

Completam o espetáculo, a trilha sonora – executada ao vivo – de Gregori Slivar, o cenário de André Cortez e o figurino de Leopoldo Pacheco e Carol Badra.

De origem açoriana, neste ritual fúnebre – também realizado no sul do Brasil – um ente querido assume a identidade de quem faleceu por um dia inteiro. Usa suas roupas, interpreta seus modos, gestos e gostos, permitindo assim que sua alma se despeça de todos e possa partir em paz.

Os ingressos para o espetáculo variam entre R$ 12 e R$ 40 e podem ser adquiridos nas Unidades ou pelo Portal do Sesc.  (Carta Campinas com informações de divulgação)

Ficha Técnica:
Autor: Newton Moreno
Direção: Inez Viana
Direção de Produção: Emerson Mostacco
Elenco: Denise Weinberg – Mãe
Michelle Boesche – Filha
Simone Evaristo – Noivo (ELE/ELA)
Figurinos e Visagismo: Leopoldo Pacheco e Carol Badra
Cenário: André Cortez
Cenotécnico: Fernando Brettas – ONO-ZONE estúdio
Iluminação: Wagner Pinto
Operador de Luz: Giuliano Caratori
Trilha Sonora: Gregori Slivar
Fotos: Eduardo Petrini
Peruca: Emi Sato
Maquiagem: Sergio Gordin
Produção: Mostacco Produções

Duração: 60 min.

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