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Foro privilegiado não passa de uma lei mafiosa para proteger a ‘famiglia do poder’

Por Susiana Drapeau

O foro privilegiado (isto é, o foro por prerrogativa e função) é uma excrescência.

Não, o foro privilegiado é mais que uma excrescência. É uma legislação mafiosa.

Uma legislação que só pode existir em um país que precisa manter a maior desigualdade social do mundo sob controle de uma polícia homicida nas periferias.

A legislação do foro privilegiado é um troca-troca, um toma lá da cá, não entre políticos. É muito pior.

É um toma lá da cá entre a corrupção e o Poder Judiciário.

Eu te indico e você me julga. Sim eu te dou o emprego e você me julga. É uma carta branca para a corrupção.

A legislação mafiosa do foro privilegiado só se compara à punição máxima de juízes corruptos: aposentadoria (viver com dinheiro da população e sem trabalhar para o resto a vida). Para isso, basta ser um juiz corrupto.

No foro mafioso privilegiado, por exemplo, o presidente e os senadores indicam os ministros do Supremo. E quem julga os senadores? Os ministros indicados por eles.  E quem pode punir um juiz do Supremo? Advinha? Os senadores.

O foro privilegiado faz com que os poderes de uma falsa república funcione como uma grande famiglia mafiosa.

Preste atenção: a mulher do juiz do Supremo é advogada do corrupto. O juiz do supremo é amigo e padrinho do senador corrupto. O senador corrupto indicou o ministro do supremo. O procurador apura, mas tem uma filha indicada por políticos corruptos. O senador corrupto janta com o juiz corrupto.  Senadores, juízes, deputados se casam, se reproduzem e se perpetuam como uma casta mafiosa político-jurídica.

É por isso que se mata tanto no Brasil, mas só nas periferias. O crime da máfia do foro privilegiado acontece nas madrugadas das favelas, nas filas dos hospitais, na prostituição infantil em busca de um trocado, na morte pela PM de jovens negros suspeitos.

É um foro mafioso.

 

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