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Poluição química já chegou à parte mais profunda dos oceanos, revela estudo

A poluição dos chamados POPs (Poluentes Orgânicos Persistentes) já chegou às camadas mais profundas dos oceanos, revela um estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution.

O estudo, feito por Alan Jamieson e outros pesquisadores, demonstrou que a fauna a mais de 10 mil quilômetros de profundidade está contaminada com traços de poluentes POPs. Essa região fica abaixo da região abissal e é chamada de zona hadal (veja imagem).

Os POPs são substâncias químicas que foram e são utilizadas como agrotóxicos, para fins industriais e em outras atividades humanas. Eles possuem características de alta persistência (não são facilmente degradados) e são capazes de serem transportadas por longas distâncias pelo ar, água e solo. Além disso, são extremamente perigosos por acumularem em tecidos gordurosos dos organismos vivos, sendo toxicologicamente preocupantes para a saúde humana e o meio ambiente.

A pesquisa revelou surpreendentemente um alto índice desses produtos em um habitat anteriormente considerado intocado. Os pesquisadores conseguiram chegar a essa profundidade no oceano devido ao desenvolvimento relativamente recente de equipamentos que atingem entre 6.000 e 10.000 metros abaixo da superfície. Estudos anteriores relatavam ambientes profundos em cerca de 2.000 metros.

Os equipamentos são operados remotamente a partir da superfície. Os cientistas fizeram as pesquisas em águas profundas com instrumentos capazes de medir as condições ambientais, capturar vídeo de criaturas marinhas residentes e coletar espécimes para o exame de superfície.

A pesquisa verificou as concentrações de POP em duas áreas profundas: a fossa de Mariana no oeste do Oceano Pacífico e a fossa Kermadec perto da ponta nordeste da Nova Zelândia. O estudo também é relatado em outro texto da revista. (Carta Campinas)

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