Escrita em 1933 e publicada em 1937, a peça demorou 30 anos para ser apresentada em São Paulo, pelo Grupo Oficina, sob a direção de José Celso Martinez Correia.
Para mostrar as mazelas da situação socioeconômica do país, o autor traz o personagem Abelardo I, um representante da burguesia ascendente da época. Seu oportunismo, aliado à crise da Bolsa de Valores de Nova York, de 1929, permite-lhe todo tipo de especulação. Sua caracterização como o “Rei da Vela” é extremamente irônica e significativa: ele fabrica e vende velas. Também é costume popular colocar uma vela na mão de cada defunto, assim Abelardo I herda um tostão de cada morto nacional. Abelardo torna-se então o símbolo da exportação, à custa da pobreza e das superstições populares.
Heloísa, por sua vez, representa a ruína da classe fazendeira. Seu pai, coronel latifundiário, vai à falência, num retrato em que predomina a perversão e o vício, símbolo de uma classe em decadência. A aliança de Abelardo e Heloísa pode, assim, representar a fusão de duas classes sociais corruptas pelo sistema capitalista.
A adaptação do coletivo Eco conta com elementos circenses e cenário inspirado nos quadros de Tarsila do Amaral. (Carta Campinas com informações de divulgação)
“O Rei da Vela”
Direção: Wanderley Martins
Data: 19 de março, domingo
Horário: 19h
Local: Teatro Municipal José de Castro Mendes (Praça Correa de Lemos, sn. Vila Industrial. Campinas).Telefone (19) 3272-9359
Ingresso: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)
Faixa etária: 14 anos