Poemas de Paris: Inapreensíveis

A estação Goncourt do metrô
perto da qual morei durante os meses em que vivi em Paris
ficou fechada para obras no último mês de minha viagem
por isso tive que me despedir dela antes dos outros lugares.

Olhar, olhar para um lugar como se fosse a última vez
que seus olhos descansam sobre aqueles labirintos
e como queremos gravá-lo, como faríamos de tudo
para que ele permanecesse o mesmo do primeiro susto.

Olhei o trilho do trem no qual um outro dia
surpreendi um rato correndo apressado
olhei as catracas que eu apenas sonhei em pular
olhei o vendedor de frutas tropicais.

Olhei para mim mesma enquanto subia a escada rolante
enquanto deixava tudo aquilo para trás
e tudo ficava embaixo, sumindo, fugindo,
como fugia meu último olhar nos duros minutos.

(Maura V.)

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