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‘Razão Social’ discute a história do samba no contexto do Golpe Militar de 1964

Em São Paulo – Entre os dias 15 e 22 de janeiro, aos domingos às 18h, sextas e sábados às 21h, o SESC Bom Retiro recebe o espetáculo “Razão Social”, com Gero Camilo e Victor Mendes.

Na madrugada do dia 31 de março para 1º de abril de 1964, enquanto as tropas militares tomavam as ruas do Rio de Janeiro, o operário Sabino (Gero Camilo) e o estudante Jucelino (Victor Mendes) fogem da polícia e encontram abrigo no Zicartola, antigo restaurante administrado pelo casal Dona Zica (Fabiana Cozza) e Cartola (Adolfo Moura). Tomados pelos medos e tensões do novo regime político que estava prestes a se instaurar no Brasil, os dois personagens se juntam a sambistas icônicos da época numa reflexão sobre o seu tempo e também sobre a trajetória do samba, gênero musical de resistência e engajamento político que comemora seu centenário em 2016.

Apaixonado por samba há anos, Victor, que divide a direção com Gero Camilo, conta que a ideia de montar um espetáculo com o tema é antiga, mas ganhou consistência quando Gero o presenteou com o livro Desde que o Samba é Samba, de Paulo Lins (autor de Cidade de Deus). Durante a criação do texto, elaborado a quatro mãos, o conhecimento de samba de Victor juntou-se ao entendimento político de Gero – mas com espaço para trocas e atravessamentos dos artistas o tempo inteiro.

O espetáculo recria ficcionalmente o bar Zicartola no Rio de Janeiro, reduto de pensadores, intelectuais e artistas da década de 1960, dando também lugar em cena a grandes sambistas como Carlos Cachaça, Nelson Cavaquinho, Zé Keti, Clementina de Jesus entre outros. As músicas são encenadas ao vivo pelos atores e pelos músicos Everson Pessoa, Gerson da Banda e Nino Miau.

Em certo momento, Victor se transforma em Noel Rosa e Fabiana Cozza dá vida à Clementina de Jesus e Nara Leão. Até mesmo a banda entra em atuação ora como policiais, ora como estudantes e também como outros sambistas afins do restaurante.

O título da peça brinca com o nome oficial do Zicartola que, por registro, chamava-se Razão Social: Refeição Caseira Ltda. “Razão social é um nome de registro de pessoas jurídicas, mas ao pé da letra tem muito a ver com a função do Zicartola, enquanto ele funcionava. Ele tinha uma razão social de estar ali, recebendo artistas e intelectuais que pensavam muito sobre seu tempo”, explicam os diretores.

O cenário é uma ficção representativa do restaurante. O figurino, um estudo da vestimenta popular da época.

Vale lembrar que a peça é uma obra de ficção, os fatos acontecidos foram imaginados pelos autores. Os ingressos variam de R$ 9,00 a R$ 30,00 e podem ser adquiridos pelo Portal do SESC ou nas Unidades. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Sinopse: É madrugada do dia 31 de março para o 1 de abril de 1964, o dia do golpe. Sabino (Gero Camilo) um operário e Jucelino (Victor Mendes) um estudante fogem da polícia no centro do Rio de Janeiro e pulam pra dentro do Restaurante Zicartola. Zica (Fabiana Cozza) e Cartola (Adolfo Moura) preparam-se para dormir. Os barulhos: sirenes, os gritos e tiros que acontecem na rua, por vezes cortam o grande salão, trazendo medo e tensão aos moradores do bairro. E principalmente para os dois fugitivos.
No espetáculo “Razão Social” o passado em que grandes sambistas escreveram seus nomes na história da música popular brasileira aparece como pano de fundo para outra discussão: o golpe militar de 1964. Nesta peça o elenco cantará músicas do Cartola, Noel Rosa, Carlos Cachaça, Nelson Cavaquinho, Zé Ketti, Clementina de Jesus entre outros grandes sambistas da época. Tudo para celebrarmos o centenário do samba e ao mesmo tempo olharmos pra um passado recente do Brasil e suas feridas abertas.
FICHA TÉCNICA:
Texto e direção: Gero Camilo e Victor Mendes
Elenco: Adolfo Moura, Fabiana Cozza, Gero Camilo e Victor Mendes
Músicos: Everson Pessoa (violão de 7 cordas), Gerson da banda (percussão) e Nino Miau (cavaco),
Cenotécnico: José Roberto Tomasim
Iluminador: João Blumenschein
Figurinos: Gero Camilo e Victor Mendes
Concepção de luz: João Blumenschein
Concepção de cenário: Gero Camilo e Vitor Mendes
Pesquisa, supervisão e execução de cenário: José Roberto Tomasim
Execução do cenário: Bruno Matias (Più Design)
Direção de produção: Flávia Corrêa
Assistente de produção: Ana Sardinha
Produção executiva: Flávia Corrêa
Produção: Cia Tertúlia de Acontecimentos

Limite de 4 ingressos por pessoa.

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