O Ministério da Educação (MEC) do governo Temer (PMDB/PSDB) suspendeu a nomeação da docente Soraya Smaili para o cargo de reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A decisão do órgão é em resposta a carta enviada pelo professor Antonio Carlos Lopes, em dezembro de 2016, ao MEC alegando que o processo na Unifesp teria sido “ilegal” em função de ter sido realizada de forma muito democrática. O processo foi por meio de consulta paritária, onde alunos, docentes e técnicos tem o mesmo peso ao voto na escolha do reitor.
Além de suspender a nomeação, o MEC solicitou que o Conselho Universitário da instituição se posicione com relação ao pleito. De acordo com Daniel Feldmann, secretário-geral da Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Paulo (Adunifesp-Seção Sindical do ANDES-SN), a ação do MEC é um grave ataque a democracia e autonomia da universidade.
“A Adunifesp condena a ação do professor e do MEC, pois do ponto de vista formal não houve irregularidade alguma no processo eleitoral e, do ponto de vista político, abre um precedente para novas ações como essa intervenção, é colocada em cheque a autonomia e democracia da universidade, essa é a questão mais importante”, afirma.
Durante o 36° Congresso ANDES-SN, ocorrido entre 23 a 28 de janeiro em Cuiabá (MT), docentes aprovaram uma moção de repúdio à suspensão da nomeação da Soraya Smaili, reeleita no pleito no final ano passado, que se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo de reitora na instituição em 2013. Nesta segunda-feira (30), a Adunifesp também publicou uma moção contra a suspensão da nomeação da reitora. (Carta Campinas com informações de divulgação)