No apagar das luzes do mantado, isto é, há apenas dois meses de entregar o cargo de prefeito, Clayton Machado decidiu por meio de decreto de situação de emergência o seguinte: redução imediata de no mínimo 25% dos cargos em comissão (75 cargos), a redução de pelo menos 60% no valor gasto com pronto-pagamentos, suspensão de horas extras, redução de 40% das gratificações; além da redução do gasto com combustível (15%), telefone (30%) e aluguéis (10%). A decisão foi tomada no dia 01 de novembro.
Durante 4 anos, a prefeitura de Valinhos manteve cerca de 300 cargos em comissão. Bastou cortar 25% dos cargos para melhorar um pouco as contas da prefeitura. Imagina se fizesse esses ajustes desde o início do mandato de 4 anos. Até o pai do deputado Carlos Sampaio (PSDB) foi contratado para cargo comissionado pago pelo valinhense. E um primo também!
Mesmo nessa situação, Valinhos apresenta uma situação melhor do que Campinas e, mais transparente, divulgou parte das informações na internet. A Secretaria da Fazenda de Valinhos divulgou na quarta-feira, 9, que a dívida de curto prazo (um ano) de Valinhos até o mês de outubro é de aproximadamente R$ 30 milhões. Segundo a Secretaria, o débito era de R$ 48 milhões em 2013, quando o prefeito Clayton Machado assumiu o governo.
“A expectativa é finalizar o ano com uma dívida em curto prazo menor que a herdada em 2013, mesmo diante de tantas dificuldades financeiras vivenciadas ao longo dos últimos quatro anos. A situação está, na medida do possível, equilibrada diante da crise econômica do país. O decreto de situação de emergência veio a somar, evitando outras medidas mais drásticas, como parcelamento do salário dos servidores, por exemplo, diante da queda de repasse de receitas na ordem de 52%”, explicou o secretário da Fazenda, Cláudio Nava.
A prefeitura de Valinhos também divulgou as maiores dívidas, ou seja, quem está levando o dinheiro do valinhense. Segundo a prefeitura, do valor da dívida, a maior parte, R$ 21,3 milhões, são de despesas empenhadas com fornecedores; R$ 3 milhões referentes ao parcelamento com a empresa de limpeza Corpus; R$ 852 mil com o PASEP – Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público – e R$ 4,6 milhões referentes ao parcelamento com o Inase, OS (entidade privada) que presta serviços na UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
Na dívida de longo prazo, o secretário vê problemas futuros para a cidade. Para ele, as obrigações financeiras assumidas para amortização em prazo superior a doze meses, contraída em outras gestões, ultrapassam R$ 411 milhões. “Até 2020 esta dívida estará R$ 130 milhões mais cara, sem contabilizar juros. Esse grau de endividamento vai gerar uma série de transtornos, uma vez que o débito cresce cerca de R$ 3 milhões ao mês e a liminar impede a renegociação do valor”. (Carta Campinas com informações de divulgação)