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Os Satyros estreia musical ‘Cabaret Fucô’ e discute mecanismos de controle social

Em São Paulo – A Cia. Os Satyros explora a estética dos freak shows para investigar os mecanismos de controle social descritos pelo filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) em Cabaret Fucô, que estreia no Estação Satyros no dia 5 de novembro. A temporada segue até 17 de dezembro, com sessões de quarta a sábado, às 21h. Os ingressos custam até R$20.

Com direção de Rodolfo García Vázquez, o primeiro musical da trupe é a segunda parte da “Trilogia Cabaret”, que teve início em 2011, com a estreia da peça “Cabaret Stravaganza”.

Em cenas curtas e fragmentadas, as figuras bizarras desse cabaré criam reflexões sobre a trajetória do homem na sociedade contemporânea a partir de temas como o feminismo, a repressão sexual, os padrões de beleza, a busca pelo emprego dos sonhos, os relacionamentos perfeitos e a robotização das convenções e crises sociais.

Eles exploram os vários sentidos da palavra “aberração” para o pensamento conservador e padronizante e redimensionam as várias formas de preconceito (de gênero, cor de pele, estatura, peso, classe, posição política e estilos de vida).

A ideia é contribuir para a construção de um pensamento crítico desalienante e propor ao público a seguinte questão: “afinal, onde estaria a liberdade em um mundo controlado ao extremo pela sociedade da informação digital?”.

Durante o processo criativo da peça, a trupe estudou as obras “A História da Sexualidade”, “Vigiar e Punir” e “Microfísica do Poder”, todas de Foucalt. Outra referência foi “Sociedade do Cansaço”, do filósofo coreano Byung Chul-Han.

O termo “Fucô”, no título da peça, além de fazer uma referência ao filósofo francês, é uma brincadeira com expressões de outras línguas que têm sonoridades parecidas, como “fuco” (em português: alga, disfarce, enganação), “fou cou” (em francês: louco pescoço), “fuck all” (em inglês: fodam-se todos), “full call” (em inglês: chamada completa) e “foul cow” (em inglês – vaca louca).

Além dos freak shows dos anos de 1930, a encenação toma como referência os antigos circos e o ambiente noturno-festivo dos bordéis da década de 1950. As canções originais que compõem a trilha sonora da peça foram compostas – e são interpretadas ao vivo – por Felipe Soares.

O elenco conta com a participação de Ivam Cabral, Bel Friósi, Breno da Mata, Daiane Brito, Eduardo Chagas, Fabio Penna, Gustavo Ferreira, Henrique Mello, Julia Bobrow, Robson Catalunha, Sabrina Denobile e Silvio Eduardo. (Da SP Escola de Teatro)

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