Gorgulho pesquisou os principais jornais paulistas do período para compreender de que modo a imprensa se aliou ao governo, com o respaldo do serviço médico oficial, para dar sustentação à segregação, contrariando recomendações internacionais e calando as vozes divergentes do meio científico.
As vítimas da hanseníase sofreram abusos durante o período de institucionalização comparáveis aos dos presos de campos de concentração nazistas, que culminaram com uma revolta armada generalizada nos sanatórios em 1945.
A obra, lançada pela Editora UFABC, mostra que a rígida estratégia do governo paulista de isolar pacientes em qualquer estágio da doença, privando-os de seus direitos civis supostamente em prol da população sã produziu o efeito contrário, elevando a endemia no Estado de São Paulo.
Uma doença que há milênios estigmatiza seus portadores e que a cada ano produz 30 mil novos casos somente no Brasil é um dos mais graves e desconhecidos exemplos de como equívocos em políticas públicas podem repercutir ao longo de várias gerações. A obra traz à tona a obscura história das privações vividas pelos pacientes de hanseníase, antigamente conhecida como lepra, nos cinco asilos-colônia construídos em São Paulo. (Carta Campinas com informações de divulgação)
Serviço
Título: “À Margem das Páginas – o papel da imprensa no apoio ao isolamento de hansenianos”
Autor: Guilherme Gorgulho
Editora: UFABC
Lançamento: 24 de agosto de 2016 (quarta-feira)
Horário: 18h30 às 20h30
Local: Casa do Professor Visitante (CPV)/Funcamp
Endereço: Av. Érico Veríssimo, 1251, Unicamp, Barão Geraldo, Campinas