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Governo Temer aumenta dívida do Brasil em US$ 1,5 bi e com os juros mais altos em 7 anos

O governo provisório de Michel Temer (PMDB), por meio do Tesouro Nacional, pegou US$ 1,5 bilhão de investidores norte-americanos e europeus com taxa de juros de 5,875% ao ano.

O dinheiro veio da emissão de títulos da dívida externa com vencimento em fevereiro de 2047, feita hoje (21). A taxa da operação foi a maior para esse tipo de papel em sete anos.

O resultado da alta taxa de juro mostra que o governo Temer não se tornou mais seguro para os investidores em relação ao governo Dilma Rousseff.

Por meio do lançamento de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o dinheiro daqui a 31 anos com a correção dos juros acordada, de 5,875% ao ano.

Taxas mais altas de juros indicam maior grau de desconfiança dos investidores de que o Brasil não conseguirá pagar a dívida. Com os sucessivos rebaixamentos sofridos pelo país, que perdeu o grau de investimento (selo de bom pagador), os estrangeiros passaram a cobrar juros mais elevados para comprar os papéis brasileiros.

A última vez em que o Tesouro tinha lançado papéis externos de 30 anos tinha sido em julho de 2014. Na ocasião, o governo brasileiro captou US$ 3,55 bilhões com papéis com vencimento em 2045, pagando juros de 5,131% ao ano.

A taxa do título brasileiro foi 357,2 pontos maior que a dos títulos do Tesouro americano, de 20 anos. Na emissão de dois anos atrás, a diferença estava bem menor: 187,5 pontos. Os títulos norte-americanos são considerados os papéis mais seguros do mundo. Segundo o Tesouro, a demanda superou a oferta, mas o órgão não informou o número.

Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas internacionais do país em 28 de julho. De acordo com o Tesouro Nacional, as emissões de títulos no exterior não têm como objetivo principal reforçar as divisas do país, mas fornecer um referencial para empresas brasileiras que pretendem captar recursos no mercado financeiro internacional. (Agência Brasil; edição Carta Campinas)

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