Por Rafael Martarello
Falar da vida política de Eduardo Suplicy requer respeito e reconhecimento. Ele é um sujeito insistente em transformar positivamente a vida das pessoas. Sua atuação executiva culminou em um dos principais e melhores programas sociais do mundo, o Bolsa Família, que além de reduzir a pobreza, promoveu para uma população vulnerável maior poder econômico e dignidade social. Eduardo Suplicy é uma pessoa que está no dia-a-dia presente junto a população paulista, além de fortalecer diversos movimentos sociais de camada pobre, participando presencialmente quando possível.
Dito isto, não é cabível pensar que o Suplicy finge sua ideologia, pelo contrário, hipócrita é quem dissimula ou representa um papel falando mal do PT e cogita, segundo informações públicas, participar de partidos como PMDB, DEM e PSC. Estes agrupamentos partidários são a face do atraso, do conservadorismo e do subdesenvolvimento socioeconômico brasileiro. Eles nasceram para isto.
Sinceramente não sei o que um “liberal” pode estar fazendo aliado com estes partidos. Pois é nestes setores políticos que estão, e já estiveram muitos bandidos, e não na população pobre e vulnerável da qual deita no chão indefesa junto ao Suplicy.
O reducionismo de direcionar o que ocorre ou ocorreu na Prefeitura Municipal de São Paulo à pessoa ou ao ex-cargo do Suplicy, é desconhecer a heterogeneidade dos objetivos fins das organizações que compõe a administração pública. É também demonstrar incapacidade de observar as assimetrias de maturidade, profissionalização, o grau de influência de cada órgão e a variação em prover eficiência, eficácia e efetividade nos serviços públicos.
Na nova gestão pública há um deslocamento do papel do estado e de sua relação com a sociedade. A base dos principais planos partem do reconhecimento da demanda e na orientação nos resultados da ação que solucionará o problema público. Para quem será vereador é necessário não só executar isto, mas estar presente junto da população, ouvindo seus interesses, ao invés de ficar preocupado com a boa imagem do próximo vídeo que iria gravar para desmobilizar uma luta justa e necessária.
Eu não estou aqui tentando rebaixar alguém para amanhã pedir votos. Não sou filiado e não pretendo me candidatar a nada. O debate político das ofensas e acusações é ultrapassado e desonroso, muito mais quando não está alinhado com a verdade. Espero que Fernando Holiday quando estiver nas ruas ou quando até mesmo concorrendo a outros cargos na carreira política, venha com um debate tratando de soluções e problemas da administração pública.
Rafael de Almeida Martarello – Gestor de Políticas Públicas e mestrando no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Faculdade de Ciências Aplicadas – UNICAMP