É inegável, seja para posições mais à direita ou à esquerda, que o motor do desenvolvimento econômico e social dos países na atualidade está diretamente ligado ao desenvolvimento científico e tecnológico.
É certo que o desenvolvimento científico não diminui a desigualdade, nem é remédio para a miséria, mas faz o país se desenvolver econômica, social e culturalmente. Basta olhar para EUA, França, Inglaterra, China, Coréia do Sul e outros.
Na publicação, a revista Nature faz um grande estudo sobre o avanço da pesquisa na China. A revista compara o número de cientistas de alguns países (vermelho) e a quantidade de pesquisadores em relação à população total (azul). Lá estão EUA, União Européia, Japão, China, Alemanha, Coreia do Sul e Inglaterra (Reino Unido).
O Brasil não aparece, mas o físico brasileiro Ildo Moreira pegou o gráfico da Nature e inseriu os números brasileiros. É vergonhosa a situação do Brasil. Veja imagem acima.
E agora, com o golpe instalado pelos setores mais conservadores da sociedade, é inevitável a piora da situação. Apesar dos avanços no governo Lula, o governo Dilma Rousseff já vinha cometendo erros.
Um deles foi o “Ciência sem Fronteiras” para alunos de graduação, que são mais jovens e imaturos para pesquisa. Antes, o governo deveria se concentrar em manter de forma sólida o financiamento de bolsas no Brasil e pesquisa no exterior para todos os alunos de mestrado e doutorado. É preciso profissionalizar a pesquisa.
Com o golpe conservador, a situação só tende a piorar. Veja a ‘regra temer’ de gasto público, que impede o avanço e investimentos na educação nos próximos 20 anos. Que desesperança.
É sintomático que o governo Temer tenha conseguido chegar ao poder com o apoio de uma massa de ignorantes, que saíram às ruas com camisetas da CBF, bradando a favor de Eduardo Cunha (PMDB), rotulando todos os divergentes de ‘petistas’ e atacando um dos pesquisadores brasileiros mais renomados do mundo, Paulo Freire.
O Brasil vive a revolução dos imbecis com um governo golpista que faz jus à sua plateia. Imagina a França com faixas contra Voltaire, a Suíça contra Rousseau, uma Grécia com faixas contra Aristóteles e Sócrates, uma Itália contra Leonardo da Vinci, Galileu Galilei etc. Veja que não é a crítica científica e legítima contra os autores, mas a vulgata promovida pela ignorância.
No golpe de 64, os militares alardeavam o Brasil como o país do futuro e investiram em ciência e tecnologia. No golpe de 2016, o Brasil é o país do passado. Ou melhor, um país sem futuro. (Glauco Cortez)