Segundo a reportagem, um dos diálogos que mais chamam atenção trata da farta documentação escriturária e contábil das empresas de fachada de Youssef. Meire Poza tinha em seu poder caixas de documentos com contratos fictícios da RCI, MO Consultoria, GDF e Empreiteira Rigidez. Companhias que só existiam no papel, mas serviam para Youssef receber propina das maiores construtoras do País.
“A força-tarefa não fazia a mínima ideia da existência desses documentos. Era um acervo que identificou que Youssef recebia dinheiro das maiores construtoras do País por serviços que nunca prestou. As caixas foram entregues pela contadora, em março de 2014. No entanto, como a documentação foi entregue de maneira aparentemente ilegal, a força-tarefa precisava “esquentar a documentação” na gíria policial.
Em 5 de maio, o delegado Márcio Anselmo fala com Poza pelo aplicativo de conversas WhatsApp. “Devemos acertar para a prox semana uma viagem a sp para formalizar a apreensão daqueles documentos”. Poza responde: “Te aguardo!!!”. O delegado continua: “Se puder já separe todo o material dos contratos da gfd”.
A busca acabou se dando em 1º de julho de 2014, durante a 5ª fase da Operação Lava Jato. Um indicativo de que a Polícia Federal marcou dia e hora para uma busca e apreensão desnecessária. Uma diligência que deu ensejo ao uso de documentos que municiaram grande parte de tudo o que veio a ser descoberto.
Em um dos diálogos, o delegado indica que buscaria o Ministério Público Federal e que levaria ao conhecimento dos procuradores a relação com a contadora: “Vou conversar c o mpf sobre a sua situação”.” (Veja reportagem)