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Primus, da Boa Companhia, questiona a evolução ou… seria involução?

A peça Primus, da Boa Companhia de Campinas, impressiona pela qualidade técnica e estética.

Primus poderia ser uma peça feita simplesmente para mostrar o profissionalismo dos atores, suas qualidades técnicas de corpo, canto, percussão, dança, sapateado etc…. Essa talvez tenha sido uma das intenções, mas a peça se aproxima do público ao estabelecer a conexão desses recursos do ator de uma forma mágica com o conto “Comunicado a uma Academia”, de Franz Kafka. Aqui a direção da peça torna-se uma composição belíssima.

Todas possibilidades artísticas presentes no ator dão sentido com uma estética que une graça, rigor, crítica e humor.

As referências a nossa pasteurizada cultura são ativadas pelo humor e ao mesmo tempo nos angustia diante de uma macaco que, em uma metamorfose tipicamente kafkiana, torna-se humano. Ou seria: tornar-se um otário? Essa é talvez a principal questão a nos perturbar ao fim da peça.(Glauco Cortez)

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