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Previsões pessimistas sobre mercado não atingem jovens universitários

Jaqueline dos Santos e Fabiana Del Cet

Por Verônica Lazzeroni

Em tempos de notícias desanimadoras frente à situação econômica e política no âmbito nacional, previsões pessimistas não faltam entre os brasileiros que desde 2015 convivem com corte de gastos, índice de desemprego crescendo, inflação de dois dígitos ou os preços mais altos para serviços básicos.
Entretanto, as previsões pessimistas parecem não atingir alguns jovens brasileiros que investem tempo e sonhos na capacitação profissional. Jovens que enxergam o mercado de trabalho de forma desafiadora, porém, que consideram as dificuldades na conquista de vagas devido à quantidade elevada de profissionais que se capacitam para além da graduação, investindo em cursos extracurriculares, intercâmbios ou estágios.

Jovens acreditam que mesmo em tempos de crise, possibilidades existem. “A criatividade vem na crise”, diz Jacqueline dos Santos, 24 anos, estudante de Letras, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para ela, é preciso sair da nossa “zona de conforto” e se desafiar com novas experiências e novas vivências. Isso é importante para adquirir confiança e continuar buscando capacitação profissional, que é fator determinante para conseguir destaque no mercado de trabalho: “A concorrência existe, mas o desafio está em mostrar o diferencial, mostrar que você é um profissional indispensável”, afirma.

Ela, que concluirá a graduação em 2017, já teve experiências diversificadas e considera positivos todos os tipos de vivência que experimentou. Desde estágio com software até mesmo empego como balconista de um estúdio de pilates conferiram à Jacqueline o que ela acredita que o mercado profissional exige. “Na entrevista de emprego, podem olhar meu currículo, acessar meu histórico de notas e ver até quais matérias fiz, mas no final a resposta que importa é ‘quem é você, Jacqueline?’” , diz.

E a resposta dessa pergunta tão assustadora para muitos entrevistados que concorrem a uma vaga de emprego pode ser facilmente respondia quando o número de experiências e vivências do jovem é alto. “O diferencial é a experiência”, assim pensa Mateus Marquezini, 23 anos, estudante do último ano de Ciência da Computação, na Faculdade de Jaguariúna, assemelhando sua linha de pensamento com a de Jacqueline.

Ele considera a importância em se fazer cursos extracurriculares, mas não dispensa a ideia de que cursos extras, ou estágio na área em que obterá o diploma não são garantias para conquista de vagas.“Eu faço cursos extracurriculares, mas não é garantia de vaga de emprego, porque o que conta é a experiência”, avalia.

De fato, a crise econômica não se tornou assustadora para o jovem brasileiro que almeja uma vaga de emprego em curto período de tempo. Jovens que se capacitam, que conhecem a importância do curso superior e mesmo com uma quantidade grande de profissionais e existência de concorrência, ainda assim o jovem estudante não enxerga o mercado de trabalho de forma pessimista. “Vejo o mercado de trabalho como desafiador, pois a minha área possui um campo muito amplo, podendo ou não inovar para outras áreas descobertas”, diz a a jovem Fabiana Del Cet, de 22 anos, estudante de Gestão do Agronegócio, na Universidade Estadual de Campinas.

Ela, que conclui o curso este ano e se capacita com cursos extras e estágio na área do agronegócio, entende que a importância em se capacitar reflete na conquista de um emprego. “É fundamental estar se capacitando profissionalmente, uma vez que isso pode fazer uma diferença enorme”, diz.

Achar o mercado de trabalho desafiador e não de uma forma pessimista não é tarefa fácil. Entretanto, diante de novas experiências, sonhos ainda “frescos” e um diploma quase nas mãos, o jovem estudante brasileiro continua a perseverar. Afinal, como já dito pela escritora Cora Coralina: “descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir. ”.

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