Por Evandro Coggo Cristofoletti
1- Que o Estado direcione mais recursos para a população e menos para o capital financeiro. Assim, mais recursos para a educação pública, saúde púbica de qualidade, moradia, transporte e diversos outros direitos sociais poderiam garantir um ano mais tranquilo, menos endividado e mais feliz.
2- Que possamos superar as amarras do ajuste fiscal e das políticas liberais hegemônicas. A velha, e ao mesmo tempo nova, fórmula liberal que consiste na frase “menos Estado e mais mercado é igual a crescimento econômico”, já se provou ineficaz para corrigir os problemas que tenta curar. Desemprego, desigualdade, perda de direitos sociais, arrocho salarial, instabilidade, dentre outros, são efeitos historicamente observáveis quando falamos nesse tipo de prática. Definitivamente, não é isso que desejamos para 2016.
3- Que a hipocrisia do pensamento neoliberal seja combatida no dia a dia. Que o individualismo, transmitido pela noção neoliberal de que cada indivíduo deve procurar sempre satisfazer seu próprio interesse, seja substituído pela solidariedade que nos caracteriza enquanto seres humanos. Que a noção de coletividade seja resgatada e reinventada. Que a igualdade e a equidade sejam mais fortes do que a meritocracia. Dessa forma, talvez seja mais fácil alcançar a tão almejada felicidade e harmonia que tanto se deseja.
Mas atenção: tais votos não devem cair no esquecimento e no marasmo dos quase sempre mesmos votos de ano novo que repetimos ao longo dos anos. Tais votos não possuem os poderes mágicos de se auto realizarem. Muito menos são fórmulas de sucesso imediato. Eles dependem justamente de ação coletiva e política. Nesse ponto, que 2016 seja repleto de manifestações, levantes, anticonformismo, ação. Que a política seja cada vez mais um terreno de todos e não de poucos. Que os problemas sejam debatidos e resolvidos por processos de radicalização democrática. Que os votos aqui escritos possam ser construídos a partir de agora, imediatamente.